O que mudou na sexualidade e na reprodução em Portugal devido à pandemia de covid-19? Cresceu a venda de contraceptivos femininos de curta duração e o recurso a plataformas de encontros íntimos. Diminuiu a compra de preservativos e de medicamentos estimulantes erécteis, tendo aumentado o consumo de aparelhos sexuais. Acentuou-se a quebra na natalidade e fizeram-se mais partos nalguns hospitais privados. Será que estas mudanças de paradigma irão perdurar? E que desafios vão impor?
Com base em dados fiáveis e, em muitos casos, inéditos, o ensaio Sexualidade e Reprodução em Portugal: Os Tempos da Pandemia aborda as interacções do isolamento, do confinamento e do teletrabalho com a vida conjugal, afectiva e sexual e, ainda, com o desejo de gravidez. Velhos e novos comportamentos sexuais e uso de contraceptivos são exemplificados com números, bem como o modo como decorreu o acesso a cuidados de saúde nestas áreas. O que resultará do aparente antagonismo entre modos de vida tão diversos e contrastantes, tão próximos e tão distantes?
O autor
Miguel Oliveira da Silva é professor catedrático de Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ginecologista-obstetra no Hospital de Santa Maria. Primeiro presidente eleito do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (2009-2015), é coordenador de três projectos sobre saúde sexual e reprodutiva na União Europeia (2003-2010) e vice-presidente eleito do departamento de Bioética do Conselho da Europa (2018-2019). Tem vasta obra publicada sobre questões de bioética.
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