quinta-feira, 19 de maio de 2022

DIVULGAÇÃO | BECO DAS ALMAS PERDIDAS, de WILLIAM LINDSAY GRESHAM | DOM QUIXOTE

 

Beco das Almas Perdidas começa com a extraordinária descrição de um tragabichos – alcoólico e abjeto, alvo do deleitado nojo e escárnio da multidão voyeurista – durante a sua atuação numa feira de província.

O jovem Stan Carlisle também trabalha nessa feira e pergunta a si mesmo como é que um homem pode descer tão baixo. Nunca na vida, jura ele, lhe há de acontecer tal coisa. E uma vez que, além de esperteza e ambição, Stan não é desprovido de um vantajoso laivo de falta de compaixão, em breve começa a dar-se bem. Em palco, ele é o mentalista com uma bonita assistente (que não tarda a tornar-se a sua atormentada mulher), sendo que depois se converte num consumado espiritista, ao serviço dos ricos e crédulos nas suas casas bem mobiladas. Parece que o mundo está ao dispor de Stan. Pelo menos por enquanto.

Inédito em Portugal, Beco das Almas Perdidas é um dos grandes clássicos do noir americano da década de 1940. Uma obra-prima comparável a romances como As Vinhas da Ira, de Steinbeck, pela sua capacidade de traduzir literalmente as sombras da Grande Depressão.


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