quinta-feira, 31 de julho de 2025

A NUVEM NO OLHAR, de JOÃO DE MELO | DOM QUIXOTE

A Nuvem no Olhar reúne dez histórias bastante distintas entre si, onde nos são propostas diversas abordagens de cariz social que não se limitam a expor críticas a usos e costumes, antes refletem sobre as ideologias e mentalidades que lhes estão subjacentes. Nelas encontramos relações intrafamiliares, caricaturas de políticos, quadros do quotidiano docente e da intelectualidade em geral, ou a simples história da viagem de um casal, em lua de mel, às nove ilhas açorianas, apresentadas como revelação essencial.

De salientar «O Tríptico dos Barcos», o conto mais longo deste livro - podendo mesmo considerar-se uma novela curta -, que nos dá a perspetiva de três elementos de uma família lisboeta sobre o fim do nosso ciclo colonial africano e o evoluir do processo português posterior à descolonização.

No ano em que comemora cinquenta anos de vida literária, a intenção do autor ao reunir aqui estas histórias foi a de disponibilizar uma autoantologia das suas ficções curtas, duas delas ainda inéditas em livro, e as demais escolhidas dos dois primeiros volumes de contos que publicou, mas todas reescritas com o propósito de estabelecer a sua edição definitiva. Esta que o leitor tem agora em mãos.
 

quarta-feira, 30 de julho de 2025

AUTORES NACIONAIS | VERA RODRIGUES

VERA RODRIGUES é licenciada em Comunicação e Relações Públicas e mestre em Língua, Literatura e Cultura Inglesa. Vimaranense de gema, divide o tempo pelas suas grandes paixões: a sua cara-metade e a sua patuda, amigos, escrita e os Bombeiros. Atualmente trabalha como assistente comercial numa agência têxtil. Os livros são o seu grande vício. Tem mais do que
aqueles que algum dia será capaz de ler, mas como a  perseverança é uma das suas qualidades, vai continuar a comprar, porque acredita que vai ter oportunidade de os ler todos. Iniciou-se no mundo da escrita há muito tempo, mas só em 2023 publicou o seu primeiro conto infantil. Foi também nesse ano que perdeu praticamente toda a visão devido a uma doença na retina, no entanto, não será a falta de visão que a impedirá de continuar a fazer o que realmente gosta, porque se há coisa que aprendeu, é que não é só com os olhos que se consegue ver o mundo.
 

terça-feira, 29 de julho de 2025

LAÇOS DE CULPA, de VERA RODRIGUES | CHÁ DAS CINCO

Marisol passou a vida a ouvir a mãe dizer-lhe que era gorda e feia. Quando comia algo que a mãe não aprovava, era prontamente castigada, e isso fez com que a comida passasse a ser o seu pior inimigo. Quando a mãe teve um AVC e ficou presa à cama, a jovem decidiu cuidar dela, até ao dia terrível em que a casa pegou fogo. A mãe morreu e Marisol nunca se perdoou.
Alex adora mulheres, poder e luxo, vivendo, sem pudor, às custas de Luísa, a sua meia-irmã. No meio de uma discussão entre os dois, esta sente-se mal e tem de ser hospitalizada de urgência. Não morre, mas fica num coma que deixa Alex destruído pela culpa. O caminho de Marisol e Alex cruza-se quando ela vai trabalhar para ele, como cuidadora da irmã.
Eles não podiam ser mais diferentes, mas rapidamente percebem que estão unidos pelos laços da culpa. Daqui nascerá uma história de amor única e invulgar, mas será essa relação capaz de sobreviver ao maior dos vilões — a culpa?
 

segunda-feira, 28 de julho de 2025

AUTORES INTERNACIONAIS | DEANA BARROQUEIRO

DEANA BARROQUEIRO nasceu nos EUA e emigrou para Portugal aos dois anos. Licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras de Lisboa, a que se seguiram 35 anos a leccionar Língua e Literatura Portuguesa e Francesa. Entre a sua obra publicada inclui-se: Cruzeiro do Sul; Contos Eróticos e Novos Contos Eróticos do Velho Testamento; D. Sebastião e o Vidente e 1640; O Navegador da Passagem — Bartolomeu Dias, O Espião de D. João II — Pêro da Covilhã, O Corsário dos Sete Mares — Fernão Mendes Pinto; Rascunhos Secretos — Fernão de Magalhães. A sua obra de não-fi cção História dos Paladares em 3 volumes conquistou o Gourmand Best in the World Awards — Series 2021–2022, assim como os Gourmand World Awards 2021–2022 nas Categorias «História da Culinária» e «Séries». O seu último romance, O Cozinheiro da Rainha Adúltera, já conquistou nos Gourmand World Awards — 2025 um dos raros Special Award.
 

domingo, 27 de julho de 2025

O COZINHEIRO DA RAINHA ADÚLTERA, de DEANA BARROQUEIRO | EDIÇÕES SAÍDA DE EMERGÊNCIA

O Cozinheiro da Rainha Adúltera revela-nos a conjura para a usurpação do trono de D. Afonso VI pelo seu irmão, D. Pedro, recorrendo a um vergonhoso julgamento da nulidade do seu matrimónio por impotência, a pedido da esposa
francesa.
Esta é uma trama de traições, adultério e incesto, descoberta pelo cozinheiro-mor Domingos Rodrigues e a sua rede de espiões espalhados pelo Paço, com acesso a conversas, cartas e outros documentos oficiais.
Mas também pelas notícias avulsas, boatos e escritos satíricos impressos em folhas volantes, recolhidos pelas personagens e transcritos no romance.
Com o cozinheiro Domingos Rodrigues, o leitor percorrerá as ruas de Lisboa do século XVII, enojado pelo mau cheiro e sujidade, mas deslumbrado com
a sua beleza. Vai parar nos mercados para comprar especiarias e na zona do Malcozinhado da Ribeira, para comer um petisco, ouvindo ler as notícias pelos pregoeiros da capital. Assistirá ainda aos banquetes e festividades do casamento real, às touradas e torneios, admirando o fausto dos trajos, perucas e jóias.
 

sábado, 26 de julho de 2025

AUTORES NACIONAIS | NUNO JÚDICE

Nuno Júdice (1949-2024) nasceu no Algarve. Professor universitário, assumiu em 2009 a direção da revista Colóquio-Letras da Fundação Calouste Gulbenkian. Publicou o primeiro livro em 1972 e foi um dos mais importantes nomes da poesia contemporânea. Recebeu os mais importantes prémios de literários nacionais e internacionais, entre os quais: Pen Clube (1985), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1990), da Associação Portuguesa de Escritores (1995), Bordalo da Casa da Imprensa (1999), Cesário Verde e Ana Hatherly (2003) e Fernando Namora (2004). Em 2013, foi distinguido com o XXII Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (Espanha); em 2014, com o Prémio de Poesia Poetas del Mundo Latino Víctor Sandoval (México); em 2015, com o Prémio Argana de Poesia, da Maison de la Poésie de Marrocos e o Prémio Literário Fundação Inês de Castro – Tributo de Consagração; e, em 2016, com o El Ojo Crítico Iberoamericano de Radio Nacional de Espanha.
 

sexta-feira, 25 de julho de 2025

MEDITAÇÃO SOBRE RUÍNAS, de NUNO JÚDICE | DOM QUIXOTE

«Meditação sobre Ruínas é um livro que nasce da ida de Nuno Júdice às terras romenas onde Ovídio foi exilado. Nesse ponto extremo da Europa, o poeta português viu o que significava ser estrangeiro, meditou no ponto Euxino, como o poeta romano, sobre os temas eternos do amor e da morte, e escreveu alguns dos seus poemas mais emblemáticos como Receita para Fazer o Azul. Trata-se, portanto, de um livro polifónico eivado de melancolia, em que o poeta mistura epitáfios e fantasmas de vários tempos e geografias, onde através da palavra poética se tecem elegias e se enumeram ausências, refletindo-se sobre o próprio fenómeno poético, um dos seus temas fundamentais.
Ontem, como hoje, esta obra é uma premente meditação sobre as ruínas da civilização ocidental, sendo por isso considerado como um dos livros mais europeus de Nuno Júdice e um dos preferidos da crítica e dos leitores, tendo-lhe sido atribuído o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1995.»
Ricardo Marques
 

quinta-feira, 24 de julho de 2025

AUTORES NACIONAIS | AFONSO REIS CABRAL

Afonso Reis Cabral nasceu em 1990. Aos 15 anos publicou o livro de poesia Condensação. É licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos, fez mestrado na mesma área e tem uma pós-graduação em Escrita de Ficção. Foi duas vezes à Alemanha de camião TIR em busca de uma história, a primeira das quais aos 13 anos. Trabalhou numa vacaria, num escritório de turismo e num alfarrabista. Em 2014, ganhou o Prémio LeYa com o romance O Meu Irmão. No final de 2018, publicou o seu segundo romance, Pão de Açúcar, com forte acolhimento por parte da crítica e vencedor do Prémio Literário José Saramago – Fundação Círculo de Leitores em 2019. Entre abril e maio de 2019, percorreu Portugal a pé ao longo dos 738,5 quilómetros da Estrada Nacional 2, de que resultou o livro Leva-me Contigo – Portugal a pé pela Estrada Nacional 2. As suas obras encontram-se traduzidas em várias línguas. Tem contribuído com dezenas de textos para as mais variadas publicações. É colunista do Jornal de Notícias, semanalmente com a rubrica «Ansiedade Crónica», e participa no programa «Cinco à Quinta», da Antena 1. É presidente da Fundação Eça de Queiroz e trabalha como editor freelancer.
 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O MEU IRMÃO, de AFONSO REIS CABRAL | DOM QUIXOTE

Romance vencedor do Prémio LeYa 2014

Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome de Down. É então que o irmão - um professor universitário divorciado e misantropo - surpreende (e até certo ponto alivia) a família, chamando a si a grande responsabilidade.

Tem apenas mais um ano do que Miguel, e a recordação do afecto e da cumplicidade que ambos partilharam na infância leva-o a acreditar que a nova situação acabará por resgatá-lo da aridez em que se transformou a sua vida e redimi-lo da culpa por tantos anos de afastamento. Porém, a chegada de Miguel traz problemas inesperados - e o maior de todos chama-se Luciana.

Numa casa de família, situada numa aldeia isolada do interior de Portugal, o leitor assistirá à rememoração da vida em comum destes dois irmãos, incluindo o estranho episódio que ameaçou de forma dramática o seu relacionamento.

O Meu Irmão, vencedor do Prémio LeYa 2014 por unanimidade, é um romance notável e de grande maturidade literária que, tratando o tema sensível da deficiência, nunca cede ao sentimentalismo, oferecendo-nos um retrato social objectivo e muitas vezes até impiedoso.
 

terça-feira, 22 de julho de 2025

TRAVESSURAS DA MENINA MÁ, de MARIO VARGAS LLOSA | DOM QUIXOTE


 Seis décadas, seis livros, seis edições especiais. O segundo livro de uma coleção de tiragem única que celebra os 60 anos das Publicações Dom Quixote.


«Nos espaços livres, relia A Educação Sentimental, de Flaubert, porque agora a Madame Arnoux do romance tinha para mim não só o nome, mas também a cara da menina má.»

Ricardo vê cumprido, muito cedo na vida, o sonho que sempre alimentara na sua Lima natal: viver em Paris. Mas o reencontro com um amor da adolescência mudará tudo. Essa jovem, inconformista, aventureira, pragmática e inquieta, arrastá-lo-á para fora do estreito mundo das suas ambições. Testemunhas de tempos turbulentos e prósperos em cidades como Londres, Paris, Tóquio e Madrid, ambas as personagens verão as suas vidas entrelaçarem-se sem nunca coincidirem totalmente.

No entanto, esta dança de encontros e desencontros vai aumentando a intensidade da história página a página, levando a uma verdadeira fusão do leitor com o universo emocional dos protagonistas. Criando uma tensão admirável entre o cómico e o trágico, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para dar vida a uma história na qual o amor se revela indefinível, possuindo mil faces, como a menina má. Paixão e distância, acaso e destino, dor e prazer… Qual será o verdadeiro rosto do amor?

Críticas de imprensa
«Uma história de amor contemporânea, repleta de erotismo, com encontros, separações, sofrimentos, desilusões, devoção e também muita verdade, e na qual Vargas Llosa, como um entomologista, analisa minuciosamente a condição humana, à semelhança do seu estimado Flaubert em A Educação Sentimental…»
El País

segunda-feira, 21 de julho de 2025

UMA QUESTÃO DE CULPA, de JORN LIER HORST | DOM QUIXOTE

A continuação da série Wisting, uma nova história com um enredo de excelência que confirma Jørn Lier Horst como o grande mestre da literatura policial.

best-seller que inspirou a terceira temporada da série Wisting, transmitida no AMC.

Acabado de entrar na segunda semana das suas férias de verão, William Wisting vai acompanhando pela imprensa um caso local de desaparecimento que se transforma numa notícia nacional. Agnete Roll está desaparecida há três dias e não há nenhuma pista do seu paradeiro.

Com este desaparecimento nas manchetes, Wisting recebe uma carta misteriosa que contém apenas um conjunto de números, que ele associa ao código de um antigo caso de homicídio no qual não esteve pessoalmente envolvido. Numa noite de verão de 1999, Tone Vaterland, de dezassete anos, foi morta quando voltava do trabalho para casa.

Desesperada por uma condenação rápida, a polícia considerou as conclusões da investigação mais do que óbvias e prendeu o ex-namorado, Danny Momrak. A família de Tone pôde assim fazer o luto. O público sentiu que tinha sido feita justiça. Mas acontecimentos recentes revelam ligações que não eram visíveis há vinte anos. A carta é apenas a primeira de uma série, todas elas sugerindo que o homem errado foi condenado e, pior ainda, que o verdadeiro assassino continua à solta.

Lançando-se numa assustadora corrida contra o tempo, Wisting tem de encontrar o remetente, decifrar as misteriosas cartas e capturar o verdadeiro assassino antes que este ataque de novo. Mas nada é o que parece. E, à medida que Wisting se entranha cada vez mais num sombrio passado de segredos, mentiras e homicídios, a sua própria vida é ameaçada...

Será ele capaz de encontrar o verdadeiro assassino de Tone antes que seja tarde de mais?
 

domingo, 20 de julho de 2025

AUTORES INTERNACIONAIS | HELENE FLOOD


Helene Flood (n. 1982) é psicóloga e académica. Em 2016, concluiu o doutoramento com uma tese sobre violência, revitimização e a culpa pós-traumática. Atualmente, trabalha como psicóloga e investigadora no Centro Nacional para o Estudo da Violência e do Stress Traumático. Vive em Oslo, com o marido e dois filhos.

O Olhar Que Me Persegue, o seu romance de estreia, revelou-a como uma das vozes mais significativas do atual romance noir escandinavo, tendo os respetivos direitos sido adquiridos para cinema e vendidos para 28 países. O Amante é o segundo de três thrillers psicológicos autónomos, todos com protagonistas femininas e que têm por cenário a cidade de Oslo.

sábado, 19 de julho de 2025

O AMANTE, de HELENE FLOOD | DOM QUIXOTE

Depois do êxito internacional de O Olhar Que Nos Persegue, Helene Flood oferece-nos outro thriller brilhante e consolida-se como uma das mais importantes autoras do romance noir escandinavo do momento.

Como se pode ocultar um caso amoroso quando o nosso amante é assassinado?
Será pior enganar o marido ou a polícia?
Rikke está a mentir a ambos.

Quando Jørgen, o vizinho do andar de cima, é encontrado assassinado na sua própria casa, Rikke é interrogada juntamente com o marido. Como poderá admitir que ela e Jørgen mantinham um caso amoroso? Ou explicar à polícia a complexidade dos seus sentimentos? O ligeiro alívio por ele estar morto? E o que diriam eles se soubessem que ela utilizou a chave sobresselente para entrar no apartamento de Jørgen na manhã seguinte ao homicídio?

Rikke sabe que não pode esconder da polícia as evidências do caso amoroso. E que, se for apanhada na sua mentira, as suspeitas irão recair sobre si. Mas, antes de conseguir reunir coragem para contar a verdade, Rikke é surpreendida por uma revelação sinistra: Jørgen só pode ter sido morto por alguém que vive no mesmo prédio. Com a sua vida familiar perfeita a ameaçar desmoronar-se, Rikke apercebe-se de que encontrar o assassino é a única forma de provar a sua inocência. Desde que o homicida não chegue a ela primeiro.
 

sexta-feira, 18 de julho de 2025

BELEZA VERMELHA, de ARANTZA PORTABALES | DOM QUIXOTE


Um cadáver, seis possíveis assassinos.

Ninguém está livre de suspeitas, nem mesmo a própria vítima.
Um crime passional em Santiago de Compostela, com ecos de Joël Dicker.

Seis suspeitos jantam no jardim de uma luxuosa casa nos arredores de Santiago de Compostela enquanto o corpo de Xiana Alén, de quinze anos, jaz no chão do seu quarto coberto de sangue, como se fosse uma instalação artística: os pais, a tia Lía Somoza - uma pintora de renome internacional -, um casal de amigos e a tia idosa das irmãs Somoza.

Todos os indícios apontam para Lía, mas alguns dias depois ela tenta suicidar-se e é internada num hospital. O comissário Santi Abad, com a ajuda de Ana Barroso - uma polícia jovem, forte e temperamental, com quem desenvolverá uma relação intensa e conflituosa -, terá de desvendar os segredos mais bem guardados da família Alén Somoza, uma das famílias mais poderosas e ricas da alta sociedade galega.

Beleza Vermelha é uma intriga excecional, em que nada é o que parece e ninguém é quem diz ser, que confirma Arantza Portabales como a nova senhora do romance policial espanhol.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

A DESCONHECIDA DO RETRATO, de CAMILLE DE PERETTI | DOM QUIXOTE


Prix Maison de la Presse

Prix des Romancières
Prix du Roman Marie Claire
Prix Nice Baie des Anges
Prix de la Passion
Prix Charles-Exbrayat

«A obra era de uma beleza vibrante. Ficou boquiaberta, afogando-se no olho azul-celeste ponteado de verde. Era mesmo a sósia daquela mulher?»

Pintado em Viena, em 1910, o quadro de Gustav Klimt Retrato de Uma Senhora é comprado por um colecionador anónimo em 1916, alterado pelo mestre no ano seguinte e depois roubado em 1997, antes de reaparecer em 2019 nos jardins de um museu de arte moderna em Itália.

Nenhum especialista do mundo das artes, nenhum curador, nenhum investigador da polícia sabe quem era a mulher representada no quadro, nem os segredos que animam a história palpitante do seu retrato.

Das ruas de Viena em 1900 ao Texas dos anos 1980, da Manhattan da Grande Depressão à Itália contemporânea, Camille de Peretti imagina o destino desta mulher, tal como o dos seus descendentes, cujas vidas se entrelaçam através deste quadro e ressoam umas nas outras.

Inspirado na incrível mas verdadeira história de uma pintura de Klimt, A Desconhecida do Retrato é um relato magistral que combina segredos de família, histórias de sucesso, amores contrariados, desaparecimentos e dramas vibrantes.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

MUDAR DE IDEIAS, de AIXA DE LA CRUZ | DOM QUIXOTE

Um relato viciante e brutal na primeira pessoa sobre a importância de mudar de ideias em relação a assuntos pertinentes na atualidade e na própria vida. Um livro fundamental.

Prestes a completar trinta anos, Aixa de la Cruz começa a escrever um livro que aborda alguns dos momentos mais significativos da sua vida, desde o dia em que uma das suas melhores amigas quase morreu num acidente de viação até ao seu próprio divórcio, passando pela ressaca de escrever uma tese de doutoramento e pelos seus relacionamentos sexuais com homens e mulheres; um relato desassombrado que começa na infância sem «pai biológico» e vai até à sua descoberta do feminismo, em que se confronta com casos polémicos de violência contra as mulheres.

Mudar de Ideias é percorrido por uma escrita hipnótica que é muito mais do que uma simples narrativa confessional: serve para transmitir reflexões acutilantes sobre vários temas de importância social e para desenvolver um estilo literário rico e combativo, que posiciona Aixa de la Cruz não só como uma das melhores escritoras da sua geração, mas também - e acima de tudo - como uma pensadora absolutamente brilhante.

Vencedor do Prémio Euskadi de Literatura em Castelhano
Vencedor do Prémio Librotea Tapado
Finalista do Prémio Dulce Chacón
 

terça-feira, 15 de julho de 2025

A PAIXÃO DO INFANTE, de JOÃO FERNANDO RAMOS | OFICINA DO LIVRO


A Paixão do Infante é um fascinante ponto de encontro entre lendas, relatos históricos e a imaginação do seu autor, o jornalista João Fernando Ramos, que transporta os leitores a um passado longínquo e glorioso.

Terá sido o Infante D. Henrique o religioso, casto e celibatário, que ficou para a História? Que paixão inconfessável e arrebatadora levou o grande impulsionador dos Descobrimentos a recusar várias pretendentes, desiludindo o pai, D. João I, que sonhava com um casamento feliz para o filho predileto? Que amor foi esse que impôs barreiras intransponíveis a Henrique e moldou os destinos do reino de Portugal?

O Infante de Sagres é uma das personagens mais importantes da nossa História, mas faltam registos sobre a sua vida que não se prendam com intrigas na corte ou os planos de expansão marítima que o imortalizaram. Pouco sabemos sobre os amores de Henrique, é certo, mas a promoção de Leonor de Aragão ao estatuto de rainha de Portugal, através do matrimónio com o irmão do Infante, D. Duarte, esconde um mistério sobre o qual este romance tenta trazer alguma luz…

Um relato apaixonante sobre uma das maiores figuras do passado português e a mitologia de uma nação.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

CONDOR, de ANTÓNIO CARLOS CORTEZ | EDITORIAL CAMINHO


Condor é a ave altaneira que, na mitologia andina, representa o intermediário entre o mundo celeste e o mundo dos homens. Mensageiro divino, o condor é o maior pássaro da terra e o único animal que pode olhar o sol de frente, sem cegar.

Na leitura alegórica que António Carlos Cortez aqui propõe, o condor é o próprio poema, augúrio, profecia e símbolo de um despertar pessoal e colectivo. São muitos os ecos da tradição literária que funcionam como subtextos destes vinte e sete poemas longos. Kavafy, M. S. Lourenço, Pedro Salinas, Oscar Hahn, Propércio e Yeats; Verlaine, Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Jorge de Sena, Sophia e Ramos Rosa; Gastão Cruz, Fiama, Octavio Paz e Karl Krauss, vozes convocadas em epígrafe ou transformadas em personagens do teatro dramático que o autor de Jaguar (2019) aqui constrói.

Dividido em quatro secções (Areia de Outono & Oito MeditaçõesSaturnoCoração do Livro e Condor), nestes 27 poemas Cortez responde quer à prosa poética de Jaguar, quer à arte sonestística de Diamante (2021), experimentando agora o poema longo, o verso caudaloso, a intersecção de planos (o real e o sonho, a vida e a morte, o furor e o amor, o passado e o presente).

A escrita obedece a uma dicção que oscila entre a melancolia e a violência da ternura.

domingo, 13 de julho de 2025

CRUZEIROS DE INVERNO, de MÁRIO CLÁUDIO | DOM QUIXOTE

Que terão em comum um jovem músico a quem pedem o impensável, uma ilustradora que reclama um papel que não terá - nem como artista, nem como amante - e um ministro eternamente noivo que é humilhado publicamente por actos vergonhosos? Talvez apenas uma viagem, e o lugar obscuro aonde todos irão parar na sequência daquilo a que Balzac chamou um poema sublime de melancolia.

A Gôndola NegraMenina Sentada e Os Cães de Hécate são novelas curtas que compõem, muito ao gosto do autor, mais um tríptico notável, no qual acompanharemos as vidas necessariamente curtas e problemáticas de três personagens reais - Carlos Relvas, Ofélia Marques e José Corrêa d’Oliveira -, bem como o quotidiano dos que, graças à capacidade ficcional do autor, desenterram para nós as suas histórias, como a jornalista histérica em busca de mais um escândalo, o coleccionador obcecado em expor a obra da artista que conheceu nos livros da infância, ou um par de investigadores da Judiciária especialmente interessados em desvendar uma série de atentados ao pudor.

Esta é uma obra de que emanam o humor e a verve que só Mário Cláudio - um dos mais consagrados escritores portugueses - consegue resgatar a percursos de vida tão singulares e tão pouco conhecidos dos leitores.
 

sábado, 12 de julho de 2025

AUTORES NACIONAIS | MANUEL MARIA CARRILHO

Manuel Maria Carrilho é um dos mais originais e destacados filósofos portugueses, com uma vasta obra publicada em Portugal e no estrangeiro. Foi professor catedrático de Filosofia Contemporânea na Universidade Nova de Lisboa, ministro da Cultura nos governos presididos por António Guterres, parlamentar na Assembleia da República e embaixador de Portugal na UNESCO, em Paris, tendo deixado a marca da sua matriz filosófica nas diversas funções públicas que exerceu. A Nova Peste é o 25.º livro da sua autoria. Foi também o coordenador de diversas publicações coletivas, nacionais e internacionais, sobre temas filosóficos, políticos e culturais. Mais informações em www.manuelmariacarrilho.pt

sexta-feira, 11 de julho de 2025

A NOVA PESTE, de MANUEL MARIA CARRILHO | DESASSOSSEGO


Foi colado ao regresso do trumpismo que o wokismo se tornou num assunto de que agora toda a gente fala. Mas as raízes do wokismo vêm do começo do século e abrangem um leque muito variado de ideias e doutrinas, ligadas sobretudo às temáticas do sexo e da raça, do género e do racismo.

Originário dos EUA, este movimento rapidamente se difundiu por todo o Ocidente, tendo também, naturalmente, chegado a Portugal. É todo este processo que Manuel Maria Carrilho analisa neste seu mais recente livro, A Nova Peste, mostrando como tudo começou com a ideologia de género, não se sabendo ainda como, nem onde, vai acabar…

Críticas
«[M. M.ª Carrilho] tem uma grande influência, e uma dimensão que normalmente não existe na política, que é a da filosofia…»

Agustina Bessa-Luís 

quinta-feira, 10 de julho de 2025

AUTORES NACIONAIS | TIAGO SALAZAR

Tiago Salazar nasceu em Lisboa, em 1972. Formou-se em Relações Internacionais e estudou Guionismo e Dramaturgia em Londres. É doutorando no Instituto de Geografia, com uma tese sobre A Volta ao Mundo, de Ferreira de Castro. Trabalha como jornalista desde 1991, atualmente como freelancer, tendo vencido o prémio Jovem Repórter do Centro Nacional de Cultura em 1995. É formador de Escrita e Literatura de Viagens. É guia turístico e desenvolve o projeto «Tours Around The Word». Assina a crónica «Cá Se Fazem», no jornal Página Um. Idealizou, escreveu e apresentou o programa Endereço Desconhecido, da RTP2. Foi Bolseiro da Fundação Luso-Americana na cidade de Washington, em 2010. Venceu o prémio Literatura na XVII Gala dos Prémios da revista Mais Alentejo, em 2018, com A Escada de Istambul. Venceu o prémio Manuel António Pina, nas edições de 2022 e 2023. É autor de: Viagens Sentimentais (2007), A Casa do Mundo (2008), As Rotas do Sonho (2010), Endereço Desconhecido (2011), Crónica da Selva (2014), Hei-de Amar-te Mais (2013), O Baú Contador de Histórias (2014), Quo Vadis, Salazar? Escritos do Exílio (2015), A Escada de Istambul (2016, que representou Portugal no Festival do Primeiro Romance de Chambéry), O Moturista Acidental (2017), A Orelha Negra (2019), A Fala-Barata (2020), Cartas do Confinamento (2020), O Magriço (2020) e O Pirata das Flores (2023). Está traduzido em Hebraico (A Escada de Istambul, Ed. Kinneret) e castelhano (O Moturista Acidental, Ed. Sabaria).
 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

AUTORES INTERNACIONAIS | COLOMBE SCHNECK

Colombe Schneck é uma jornalista, cineasta e escritora francesa. Nascida em 1966 numa família burguesa de judeus parisienses, estudou no Institut d'Études Politiques de Paris e na Université de Paris II, e trabalhou para vários meios de comunicação franceses. Realizou dois documentários em 1999 (Nucléaire, un si long silence e Quand je suis tombe dans la télévision), e duas longas-metragens para a Elzevir Productions e o canal Arte: Femmes sans enfant, femmes suspect, em 2014, e Vieux Amoureux, em 2015. É membro do coletivo 50/50, que defende a igualdade e a diversidade no cinema e no audiovisual.
Autora de mais de uma dezena de livros de ficção e não-ficção, recebeu os prémios Madame Figaro e da Sociedade de Escritores Franceses, além de ter sido finalista dos prémios RenaudotFemina e Interallié. É também bolseira da Villa Medicis, em Roma, e do Institut Français, bem como de uma subvenção Stendhal, que permite a escritores franceses fazer investigação e residências de escrita no estrangeiro.
 

terça-feira, 8 de julho de 2025

A TRILOGIA DE PARIS, de COLOMBE SCHNECK | DOM QUIXOTE

Um livro de grande beleza e coragem sobre o amor, a morte, o sexo e a sobrevivência.

Escrito em resposta a Annie Ernaux e em conversa com Elena Ferrante, A Trilogia de Paris é composta por três planos semiautobiográficos da vida de uma mulher: Dezassete AnosDuas BurguesinhasA Ternura do Crawl.

Explorando questões sobre sexualidade, autonomia corporal, feminilidade, amizade e perda, esta é uma comovente meditação sobre a viagem de uma vida para resgatar o corpo feminino, aceitando-o com todas as suas falhas e aprendendo a celebrar a sua força.

Em Dezassete Anos, a romancista descobre que está grávida mal chega à idade dos primeiros amores e do final do secundário. Decide não ficar com a criança, mas o calvário do aborto transforma a rapariga despreocupada que era, obrigando-a a entrar na idade adulta.

Duas Burguesinhas conta o nascimento de uma amizade entre duas meninas de boas famílias que são parecidas, crescem juntas e seguem o mesmo caminho: casam, têm filhos, divorciam-se ao mesmo tempo, vivem histórias de amor semelhantes... até ao dia em que a morte bate à porta de uma delas.

Em A Ternura do Crawl, uma mulher conta a sua doce e dolorosa história de amor com Gabriel, um homem que lhe assegura a sinceridade dos seus sentimentos, mas cujo comportamento incerto faz pairar a dúvida sobre a solidez da relação.
 

segunda-feira, 7 de julho de 2025


Pedro Catalão Moura nasceu em 1995, no Norte de Portugal. Transmontano de gema, foi em Lisboa que escolheu prosseguir com a sua vida profissional. Licenciado e mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade NOVA de Lisboa, encontra-se a desenvolver a sua tese de doutoramento na mesma instituição. Como fruto do seu trabalho de investigação, já publicou diversos artigos científicos e foi orador em várias conferências internacionais. Grande apreciador da leitura desde muito novo, altura em que devorava todo o tipo de banda desenhada, depressa encontrou na escrita um refúgio para as aventuras e desventuras do mundo académico. Depois do sucesso do seu primeiro thriller, 
Quando o Vaticano Caiu, lança agora um novo livro inspirado em histórias verídicas e cheio de aventura, ação e emoção do princípio ao fim.

domingo, 6 de julho de 2025


 

PORTUGAL VERMELHO, de PEDRO CATALÃO MOURA | SAÍDA DE EMERGÊNCIA

Portugal respira de alívio: o 25 de Abril acabou com a ditadura do Estado Novo. Seguem-se meses turbulentos, mas o povo deleita-se com o cheiro a liberdade que se sente no ar. Oxalá que não tenhamos de meter os contrarrevolucionários no Campo Pequeno antes que nos metam lá a nós.

Em 1975, uma nova revolução abala o país. Apoiado pela União Soviética, Otelo Saraiva de Carvalho assassina o general Spínola e estabelece um regime comunista em Portugal. O socialismo soviético nunca devia ter tomado Portugal. Há que corrigir este erro o quanto antes.

Volvida década e meia, George H. W. Bush chega à presidência dos EUA e decide acabar com o comunismo em pleno seio da NATO. Para isso, incumbe Frank Carlucci, agente da CIA, de derrubar Otelo e acabar com a influência soviética em Portugal.

A União Soviética não deve respostas a ninguém. Muito menos aos Estados Unidos da América!

Para fazer frente aos Americanos, a URSS envia um dos seus melhores agentes: Vladimir Putin, um jovem KGB com umas quantas cartas na manga e segredos muito próprios. Em menos de nada, começam as conspirações, as mortes, e as movimentações de espiões com Lisboa como pano de fundo.

Portugal Vermelho é uma realidade alternativa inspirada em histórias verídicas que vai deixar o leitor agarrado da primeira à última página.
 

sábado, 5 de julho de 2025


 

O JUDEU DE SANTA ENGRÁCIA, de TIAGO SALAZAR | OFICINA DO LIVRO

 

Corre o ano da graça de 1630 - estando Portugal sob a dominação espanhola - quando é apresentada queixa da profanação nocturna da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, envolvendo, entre outras coisas, o escandaloso roubo de hóstias. Do alegado crime herético é imediatamente acusado, embora sem quaisquer provas, Simão Pires Sólis - um cristão-novo de trinta e cinco anos conhecido pelo seu êxito com as mulheres, visto a rondar o templo na noite anterior, montado num cavalo de patas entrapadas para evitar o ruído.

Condenado à morte na fogueira, Simão ter-se-á proclamado inocente de um roubo que, afinal, talvez nem tenha sido cometido; e, no instante da execução da sentença, lança uma maldição sobre a igreja inacabada, dizendo a sua inocência tão certa quanto as obras de Santa Engrácia nunca chegarem a conhecer o fim (praga que, como sabemos, teve um efeito deveras duradouro).

O homem de leis Antero Figueira, testemunha daquele martírio injusto, decide, logo após a execução, investigar por sua conta e risco os motivos obscuros das andanças do judeu a horas tardias e as razões que o levaram à condenação, expondo num relato escrito as contradições do caso e as consequentes impunidades da Justiça.

Da leitura deste caderno, escrito com linguagem da época por um autor sempre versátil como Tiago Salazar, muitas das surpresas prometem deixar-nos realmente boquiabertos.