terça-feira, 17 de junho de 2025

MEDITAÇÃO SOBRE RUÍNAS, de NUNO JÚDICE | DOM QUIXOTE


«Meditação sobre Ruínas é um livro que nasce da ida de Nuno Júdice às terras romenas onde Ovídio foi exilado. Nesse ponto extremo da Europa, o poeta português viu o que significava ser estrangeiro, meditou no ponto Euxino, como o poeta romano, sobre os temas eternos do amor e da morte, e escreveu alguns dos seus poemas mais emblemáticos como Receita para Fazer o Azul. Trata-se, portanto, de um livro polifónico eivado de melancolia, em que o poeta mistura epitáfios e fantasmas de vários tempos e geografias, onde através da palavra poética se tecem elegias e se enumeram ausências, refletindo-se sobre o próprio fenómeno poético, um dos seus temas fundamentais.

Ontem, como hoje, esta obra é uma premente meditação sobre as ruínas da civilização ocidental, sendo por isso considerado como um dos livros mais europeus de Nuno Júdice e um dos preferidos da crítica e dos leitores, tendo-lhe sido atribuído o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1995.»
Ricardo Marques

segunda-feira, 16 de junho de 2025

O TAMBOR DE LATA, de GUNTER GRASS | DOM QUIXOTE


O dia do seu terceiro aniversário é uma data decisiva na vida de Oskar, o pequeno que não queria crescer. Não só é o dia em que toma a decisão de deixar de crescer, mas é também quando recebe o seu primeiro tambor de lata, objecto que se converterá num companheiro inseparável num percurso em que ecoam os compassos da história alemã antes e depois da II Guerra Mundial.

A crítica mordaz, a ironia desapiedada, o humor corrosivo e a liberdade criadora com que Günter Grass constrói esta obra-prima tornam O Tambor de Lata num dos livros mais importantes da história da literatura.

domingo, 15 de junho de 2025

AUTORES NACIONAIS | JOÃO PINTO COELHO

João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Frequentou Belas-Artes e licenciou-se em Arquitetura, tendo passado algumas temporadas nos EUA, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque. Viveu a maior parte da sua vida em Lisboa.
Após vinte anos de investigação sobre a perseguição aos judeus, integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar nos antigos campos de Auschwitz. Nessas iniciativas, trabalhou de perto com diversos investigadores e sobreviventes da Shoah. É nesse ambiente que decorre o seu primeiro romance, Perguntem a Sarah Gross, finalista do Prémio LeYa, nomeado para Melhor Livro de Ficção Narrativa pela SPA e representante de Portugal no Festival do Primeiro Romance de Chambéry. O seu romance seguinte, Os Loucos da Rua Mazur, foi o vencedor do Prémio LeYa 2017, finalista do Prémio Literário Fernando Namora e semifinalista do Prémio Oceanos. Em 2020, publicou Um Tempo a Fingir, romance finalista do Prémio da União Europeia para a Literatura e do Prémio Literário Fernando Namora, bem como semifinalista do Prémio Oceanos. E, em 2022, o romance Mãe, Doce Mar. Os seus livros integram o Plano Nacional de Leitura.



 

sábado, 14 de junho de 2025

PERGUNTEM A SARAH GROSS, de JOAO PINTO COELHO | DOM QUIXOTE


Há muito que a Grande Sinagoga e a Igreja da Virgem Maria se olhavam com complacência por cima dos telhados de Oshpitzin. Era ali que Sarah Gross aprendera a ser feliz. Mas eles chegaram e mudaram tudo. Até o nome da cidade. Auschwitz? Que raio era Auschwitz? 


Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado avassalador.

Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia, à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou.

Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História. A obra foi finalista do Prémio LeYa em 2014.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

COMO UMA CICATRIZ, de ERIN DOOM | PLANETA

Há lugares que nos atraem como um íman.
Há amores que nos marcam como uma cicatriz.
Há amores que permanecem connosco.
Sozinha e sem dinheiro, Mireya muda-se para a gélida Filadélfia para tentar a sua sorte.

A vida mastigou-a e cuspiu-a demasiadas vezes, mas, ainda assim, não o suficiente para que desistisse de si própria. O milagre de que andava há procura há tanto tempo parece concretizar-se quando se depara com um letreiro de néon azul, a cintilar como um farol no negrume da noite.

Excêntrico e exuberante, Milagro’s é um lugar capaz de encantar qualquer um que atravesse a sua porta, incluindo Mireya, que, com a teimosia de quem já não tem nada a perder, consegue um trabalho no clube. Mas o Milagro’s é mais do que um simples clube exclusivo. Por detrás das portas fechadas, para lá do brilho e das luzes do palco, entrelaçam-se destinos e sussurram-se segredos.

Os mais sombrios estão concentrados no rosto duro e cativante de Andras, o chefe de segurança. Mireya e Andras trazem gravadas na pele as mesmas cicatrizes, pois ambos tiveram de aprender a lutar para sobreviver. Entre os dois é ódio à primeira vista. E, no entanto, continuam a cruzar-se, como se uma força misteriosa - que não compreendem nem conseguem contrariar - os atraísse, unidos por um fio mais forte do que o próprio destino.
 

O AMOR NOS TEMPOS DE CÓLERA, de GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ | DOM QUIXOTE


«Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas recordava-lhe sempre o destino dos amores contrariados.»


«O Amor nos Tempos de Cólera é um romance [...] onde se fundem o fulgor imagístico, o difícil triunfo do amor, as aventuras e desventuras da própria felicidade humana [...] ao longo dum flashback de quatrocentas páginas vertiginosas, compostas numa espécie de pauta estilística e musical, da qual não estão sequer ausentes o humor, a poesia e a vertigem das imagens. Aí recupera o leitor o ritmo encantatório duma escrita que não tem conhecido imitadores à altura. O Amor nos Tempos de Cólera cifra, ainda, um apelo desesperado à vida contra a morte; ao amor total contra a solidão; à docilidade do destino contra as suas fatalidades frias e inexoráveis. É um livro para viver.»
João de Melo, no posfácio

Críticas de imprensa
«Um absoluto domínio da forma narrativa.»
El País

quinta-feira, 12 de junho de 2025

AUTORES NACIONAIS | TIAGO SALAZAR


Tiago Salazar nasceu em Lisboa, em 1972. Formou-se em Relações Internacionais e estudou Guionismo e Dramaturgia em Londres. É doutorando no Instituto de Geografia, com uma tese sobre A Volta ao Mundo, de Ferreira de Castro. Trabalha como jornalista desde 1991, atualmente como freelancer, tendo vencido o prémio Jovem Repórter do Centro Nacional de Cultura em 1995. É formador de Escrita e Literatura de Viagens. É guia turístico e desenvolve o projeto «Tours Around The Word». Assina a crónica «Cá Se Fazem», no jornal Página Um. Idealizou, escreveu e apresentou o programa Endereço Desconhecido, da RTP2. Foi Bolseiro da Fundação Luso-Americana na cidade de Washington, em 2010. Venceu o prémio Literatura na XVII Gala dos Prémios da revista Mais Alentejo, em 2018, com A Escada de Istambul. Venceu o prémio Manuel António Pina, nas edições de 2022 e 2023. É autor de: Viagens Sentimentais (2007), A Casa do Mundo (2008), As Rotas do Sonho (2010), Endereço Desconhecido (2011), Crónica da Selva (2014), Hei-de Amar-te Mais (2013), O Baú Contador de Histórias (2014), Quo Vadis, Salazar? Escritos do Exílio (2015), A Escada de Istambul (2016, que representou Portugal no Festival do Primeiro Romance de Chambéry), O Moturista Acidental (2017), A Orelha Negra (2019), A Fala-Barata (2020), Cartas do Confinamento (2020), O Magriço (2020) e O Pirata das Flores (2023). Está traduzido em Hebraico (A Escada de Istambul, Ed. Kinneret) e castelhano (O Moturista Acidental, Ed. Sabaria).