sexta-feira, 2 de maio de 2025

ESTIGMA, de JORN LIER HORST & THOMAS ENGER | DOM QUIXOTE


 O quarto volume da série bestseller Blix & Ramm.

Thrillers com crime, forte ação e suspense psicológico em doses inteligentes.

Encarcerado numa cadeia de alta segurança, Alexander Blix une de novo forças com Emma Ramm para encontrar um assassino implacável que escapou de uma prisão alemã e está a caminho da Noruega. Blix e Ramm estão de volta num thriller emocionante e intenso, escrito a quatro mãos por dois dos melhores autores do noir nórdico.

Alexander Blix é um homem destroçado. Após ter sido condenado por vingar a morte da filha, encontra-se detido numa cadeia de alta segurança da Noruega, onde os outros presos o desafiam e humilham constantemente. Entretanto, lá fora, os antigos colegas de Blix deram início à perseguição a um assassino aterrador: Walter Kroos fugiu de uma prisão na Alemanha e tudo indica que se dirige para norte. Mas a única pista que a polícia tem é uma ligação de Kroos a um dos presos da ala onde Blix se encontra, e, por isso, agora é indispensável a ajuda do ex-detetive.

A jornalista Emma Ramm, uma das pouquíssimas pessoas na lista de visitantes de Blix, ajuda-o nos seus esforços para estabelecer ligações entre o passado e o presente, entre o mundo prisional e o mundo exterior. Quando, por fim, começa a juntar as várias peças do puzzle, Blix identifica uma comunidade que vive da floresta, a 150 quilómetros a norte de Oslo, cujos habitantes, profundamente traumatizados, guardam segredos fatais… segredos que podem vir a denunciar todos os implicados no caso.

Críticas de imprensa
«Intenso, brutal e emocionante.»
Sunday Times

quinta-feira, 1 de maio de 2025

A EXTINÇÃO DE IRENA REY, de JENNIFER CROFT | CASA DAS LETRAS

Oito tradutores chegam a uma casa no meio da floresta, na fronteira da Bielorrússia. A casa pertence à autora de renome mundial Irena Rey, e eles estão lá para traduzir a sua obra-prima, Eminência Parda. Mas, poucos dias depois da sua chegada, Irena desaparece sem deixar rasto.

Os tradutores, oriundos de oito países diferentes, mas que partilham a mesma reverência pela sua amada autora, começam a investigar para onde terá ido enquanto prosseguem o trabalho de tradução. Exploram o antigo refúgio arborizado, com os seus fungos e líquenes inebriantes, e estudam os pertences exóticos e os textos escusos da autora, em busca de pistas. Mas são revelados segredos - e mentiras - de Irena Rey para os quais eles não estão preparados.

Forçados a enfrentar as suas diferenças à medida que se tornam cada vez mais paranoicos neste sonho febril de isolamento e obsessão, em breve os tradutores estão enredados numa teia de rivalidades e desejo, ameaçando não só o seu trabalho, mas também o destino da sua amada autora. 

Este hilariante e viciante segundo livro da premiada tradutora e autora Jennifer Croft é uma brilhante análise da arte, do ser celebridade, do mundo natural e do poder da linguagem. É uma aventura inesquecível e inultrapassável com um pequeno, mas global, elenco de personagens abaladas pelos choques do amor, da destruição e da criação numa das últimas grandes regiões selvagens da Europa. 

Críticas
«A Croft escreve com uma intensidade arrebatadora.»
Olga Tokarczuk, vencedora do Prémio Nobel da Literatura

 

quarta-feira, 30 de abril de 2025

AUTORES INTERNACIONAIS | HERMANN HESSE


PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1946

Romancista e poeta alemão, Hermann Hesse nasceu em 1877 na pequena cidade de Calw, na orla da Floresta Negra e no estado de Wüttenberg. Como os pais depositavam esperanças no facto de Hermann Hesse poder vir a seguir a tradição familiar em teologia, enviaram-no para o seminário protestante de Maulbronn, em 1891, mas acabou por ser expulso. Passando a uma escola secular, o jovem Hermann tornou a revelar inadaptação, pelo que abandonou os seus estudos.
Hermann Hesse começou depois a trabalhar, primeiro como aprendiz de relojoeiro, como empregado de balcão numa livraria, como mecânico, e depois como livreiro em Tübingen, onde se teria juntado a uma tertúlia literária, "Le Petit Cénacle", que teria, não só grandemente fomentado a voracidade de leitura em Hesse, como também determinado a sua vocação para a escrita. Assim, em 1899, Hermann Hesse publicou os seus primeiros trabalhos, Romantischer Lieder Eine Stunde Hinter Mitternacht , volumes de poesia de juventude.
Depois da aparição de Peter Camenzind, em 1904, Hesse tornou-se escritor a tempo inteiro. Na obra, refletindo o ideal de Jean-Jacques Rousseau do regresso à Natureza, o protagonista resolve abandonar a grande cidade para viver como São Francisco de Assis. O livro obteve grande aceitação por parte do público.
Em 1911, e durante quatro meses, Hermann Hesse visitou a Índia, que o teria desiludido mas, em contrapartida, constituído uma motivação no estudo das religiões orientais. No ano seguinte, o escritor e a sua família assentaram arraiais na Suíça. Nesse período, não só a sua esposa começou a dar sinais de instabilidade mental, como um dos seus filhos adoeceu gravemente. No romance Rosshalde (1914), o autor explora a questão do casamento ser ou não conveniente para os artistas, fazendo, no fundo, uma introspeção dos seus problemas pessoais.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Hesse demonstrou ser desfavorável ao militarismo e ao nacionalismo que se faziam sentir na altura e, da sua residência na Suíça, procurou defender os interesses e a melhoria das condições dos prisioneiros de guerra, o que lhe valeu ser considerado pelos seus compatriotas como traidor.
Finda a guerra, Hesse publicou o seu primeiro grande romance de sucesso, Demian (1919). A obra, de caráter faustiano, refletia o crescente interesse do escritor pela psicanálise de Carl Jung, e foi louvada por Thomas Mann. Assinada nas primeiras edições com o nome do seu narrador, Emil Sinclair, Hesse acabaria por confessar a sua autoria. Deixando a sua família em 1919, Hermann Hesse mudou-se para o Sul da Suíça, para Montagnola, onde se dedicou à escrita de Siddharta (1922), romance largamente influenciado pelas culturas hindu e chinesa e que, recriando a fase inicial da vida de Buda, nos conta a vida de um filho de um Bramane que se revolta contra os ensinamentos e tradições do seu pai, até poder eventualmente encontrar a iluminação espiritual. A obra, traduzida para a língua inglesa nos anos 50, marcou definitivamente a geração Beat norte-americana.
1919 foi também o ano em que Hesse travou conhecimento com Ruth Wenger, filha da escritora suíça Lisa Wenger e bastante mais nova que o autor. O escritor renunciou à cidadania alemã, em 1923, optando pela suíça. Divorciando-se da sua primeira esposa, Maria Bernoulli, casou com Ruth Wenger em 1924, tendo o casamento durado apenas alguns meses. Dessa experiência teria resultado uma das suas obras mais importantes, Der Steppenwolf (1927). No romance, o protagonista Harry Haller confronta a sua crise de meia-idade com a escolha entre a vida da ação ou da contemplação, numa dualidade que acaba por caracterizar toda a estrutura da obra.
Em 1931 voltou a casar, desta feita com Ninon Doldin, de origem judaica. Com apenas quatorze anos, havia enviado, em 1909, uma carta a Hermann Hesse, e desde então a correspondência entre ambos não mais cessou. Conhecendo-se acidentalmente em 1926, foram viver juntos para a Casa Bodmer, estando Ninon separada do pintor B. F. Doldin, e a existência de Hesse ter-se-à tornado mais serena.
Durante o regime Nacional-Socialista, os livros de Hermann Hesse continuaram a ser publicados, tendo sido protegidos por uma circular secreta de Joseph Goebbels em 1937. Quando escreveu para o jornal pró-regime Frankfürter Zeitung, os refugiados judeus em França acusaram-no de apoiar os Nazis. Embora Hesse nunca se tivesse abertamente oposto ao regime Nacional-Socialista, procurou auxiliar os refugiados políticos. Em 1943 foi finalmente publicada a obra Das Glasperlernspiel, na qual Hesse tinha começado a trabalhar em 1931. Tendo enviado o manuscrito, em 1942, para Berlim, foi-lhe recusada a edição e o autor foi colocado na Lista Negra Nacional-Socialista. Não obstante, a obra valer-lhe-ia o prémio Nobel em 1946.
Após a atribuição do famoso galardão, Hesse não publicou mais nenhuma obra de calibre. Entre 1945 e 1962 escreveria cerca de meia centena de poemas e trinta e dois artigos para os jornais suíços.
A nove de agosto de 1962, Hermann Hesse veio a falecer, aos oitenta e cinco anos, durante o sono, vítima de uma hemorragia cerebral. 


terça-feira, 29 de abril de 2025

KNULP, de HERMANN HESSE | DOM QUIXOTE

Em três breves relatos, Hermann Hesse apresenta-nos diferentes momentos da vida de Karl Eberhard Knulp, eterno caminhante que percorre sem parar uma parte da Alemanha rural de finais do século XIX. Indivíduo alegre e conversador, Knulp vive na margem da sociedade, mas não é um marginal. Prescinde dos confortos e da segurança de uma vida estabelecida, tem uma existência incerta, mas em compensação só tem de prestar contas a si mesmo.

Assume a sua condição de errante, preferindo arriscar uma vida nos limites do socialmente aceitável a abdicar da sua independência. Não obstante, Knulp é acolhido de bom grado por quase todas as pessoas, e a maioria delas preza o tempo que com ele passa, antes de este, uma vez mais, sentir a necessidade de liberdade e as deixar entregues ao seu quotidiano.

Ao longo do tempo, Knulp vai-se interrogando sobre o sentido da existência, sobre as virtudes do sedentarismo e da vida em eterno movimento, sobre a amizade e o amor, mas chega uma altura em que, por fim, regressado à terra natal, contempla o passado e se interroga sobre o que poderia ter sido.

Em 1915, Stefan Zweig afirmou ser Knulp o mais belo livro de Hermann Hesse. E acrescenta: «Apresenta-se aqui uma Alemanha que ninguém conhece, nem mesmo nós próprios, os alemães. Uma Alemanha verdadeiramente adorável.»

O próprio Hesse veio em 1954, numa carta enviada a um amigo, a escrever: «[Knulp] conta-se entre os poucos dos meus escritos em relação aos quais […] sempre mantive proximidade e afeição.»
 

segunda-feira, 28 de abril de 2025

SEIS MALAS, de MAXIM BILLER | DOM QUIXOTE

A história de um enigma suficientemente grande para encher seis malas, e da busca de respostas para o resolver.

Todas as famílias têm segredos que passam de geração em geração e chegam a ser casos de vida ou de morte. No presente romance, Maxim Biller escreve sobre um desses enigmas, cujas repercussões negativas continuam a afetar até hoje a sua família.

Quando o patriarca é denunciado por tráfico de divisas (que, ao que se sabe, escondia numa mala) e executado na União Soviética em 1960, todos os membros da família passam a ser suspeitos de traição, a lealdade entre eles é posta à prova e um bom número de segredos obscuros acabam por ser desvendados. Mas, afinal, quem traiu Shmil Grigorevitch? Terá sido algum dos seus encantadores e talentosos filhos - Dima, por exemplo, que tentou fugir de Praga para Berlim Ocidental? Terá sido a sua nora, ambiciosa e triste? Ou foi ele próprio que se deixou apanhar pelo KGB, que depois o condenaria à morte?

Contada por um neto de Shmil, este romance - que alterna entre Praga, Zurique, Moscovo e Hamburgo - narra as perspetivas de seis membros desta família de judeus russos sobre o verdadeiro culpado, e entrelaça a diáspora judaica, o antissemitismo comunista e até o cinema checo do pós-guerra com os mitos soviéticos, deixando aos leitores uma questão existencial: como se comportariam se tivessem de salvar a própria vida - como heróis ou traidores?
 

domingo, 27 de abril de 2025

O LADO ERRADO, de DAVIDE COPPO | DOM QUIXOTE

O que leva um jovem de boas famílias, sem nenhum trauma digno de nota, a escolher o caminho do extremismo político? Porque é que alguém se torna fascista?

Estamos nos anos dois mil, e não nos anos setenta: Ettore, um adolescente de catorze anos que, após deixar a periferia, chegou à cidade para se matricular num grande liceu do centro, vê-se sem pontos de referência, perdido, sobretudo humanamente, num território e numa comunidade onde não sabe encontrar modelos a seguir nem novas amizades. Encontrá-los-á rapidamente num grupo neofascista, primeiro por acaso e depois cultivando sozinho a sua própria radicalização, o afastamento da família e dos amigos, rumo a um inevitável e trágico final.

Este é um romance de formação errada, um clímax não tanto - não só - de violência, mas também de ligações que se estreitam, de outras que se desfazem, e sobretudo de construção de uma identidade. Ao mesmo tempo, é uma confissão íntima, ora terna, ora dolorosa, da desambientação emotiva com que nos vemos confrontados durante a adolescência, e uma viagem pela atração que o mal sabe sempre exercer.
 

sábado, 26 de abril de 2025

AUTORES NACIONAIS | LEONOR SAMPAIO DA SILVA

Leonor Sampaio da Silva é natural de Ponta Delgada, ilha de São Miguel.
É Professora Associada no Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade dos Açores.
Além do seu trabalho académico, dedica-se à escrita literária, contando com várias obras publicadas, nos géneros do conto e da poesia. A sua estreia literária aconteceu com Mau Tempo e Má Sorte – contos pouco exemplares, que recebeu em 2014 o Prémio de Humanidades Daniel de Sá.
Outras obras da autora são ABN da Pessoa com Universo ao Fundo (contos, Companhia das Ilhas, 2017), Pouca Terra (contos, Companhia das Ilhas, 2019) e Quase Um Carimbo (poesia, Companhia das Ilhas, 2022). O seu romance de estreia, Passagem Noturna, foi finalista do Prémio LeYa em 2023.