terça-feira, 17 de setembro de 2024
A MERCEARIA CÉU & TERRA, de JAMES MCBRIDE | DOM QUIXOTE
Chicken Hill era onde Moshe e Chona Ludlow viviam quando Moshe decidiu admitir negros na sua casa de espetáculos e onde Chona tinha a Mercearia Céu & Terra. A apreensão instala-se quando aparece um funcionário do estado em busca de um rapazinho surdo para o internar numa instituição. Chona e Nate Timblin, o empregado negro de Moshe e líder oficioso da comunidade negra de Chicken Hill, procuram, juntos, manter o rapaz a salvo. Por fim, é revelada a verdade sobre o sucedido em Chicken Hill e sobre a participação do poder instalado branco nos acontecimentos.
Conforme as histórias destas personagens se vão sobrepondo e adensando, percebemos as dificuldades sentidas pelas pessoas que vivem à margem da América branca e cristã e o que elas têm de fazer para sobreviver. James McBride mostra-nos que, em tempos difíceis, é o amor e a comunidade — o céu e a terra — que servem de sustentação.
Em A Mercearia Céu & Terra, um romance terno e imaginativo, James McBride prova uma vez mais a sua extraordinária qualidade de contador de histórias, ao mesmo tempo que reafirma a sua confiança imensa na humanidade.
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
AUTORES INTERNACIONAIS | MATHIAS ÉNARD
É autor dos romances La perfection du tir (2003; Prémio dos Cinco Continentes da Francofonia 2004), Remonter l’Orénoque (2005), Zona (2008; prémios Décembre 2008 e Livre Inter 2009, entre outros), Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes (2010; Prémio Goncourt des Lycéens 2010 e Prémio do Livro em Poitou-Charentes 2011), Rue des Voleurs (2012; finalista do Prémio Goncourt e vencedor do Prémio Lista Goncourt / A Escolha do Oriente 2012, entre outros), Bússola (2015; Prémio Goncourt 2015 e Prémio Lista Goncourt / A Escolha da Suíça 2015), Le Banquet annuel de la confrérie des fossoyeurs (2020) e Desertar (2023). Publicou também os livros de ensaio Bréviaire des artificiers (2007) e L’alcool et la nostalgie (2011).
domingo, 15 de setembro de 2024
APRESENTAÇÃO DO LIVRO "A ÚLTIMA IMPERATRIZ", de MARIA JOÃO FIALHO GOUVEIA
Maria João Fialho Gouveia é filha dos anos 60 e do Estoril. Jornalista, passou pelas várias áreas da imprensa. Presentemente abraça a literatura, definindo-a como uma doce e viciante solidão que lhe completa a alma. Mulher de causas pelos direitos humanos e dos animais. Tem publicados os livros: Fialho Gouveia – Biografia sentimental, Dona Francisca de Bragança – A princesa boémia, As Lágrimas da Princesa, Sob os Céus do Estoril, Maria da Fonte – A Rainha do povo, Os Távoras – Entre a virtude e o pecado, Dona Filipa e Dom João I – Unidos pelo reino e pelo amor, O Primeiro Amor de Dom Carlos, A Templária, Inês.
A Última Imperatriz
que a Bertrand Editora agora publica e cujo lançamento teve lugar no passado dia
14 de setembro, pelas 17h00 no Palácio da Presidência na Cidadela de Cascais
contou com a apresentação de Pedro Salema e um momento musical da soprano
lírico coloratura Maria Isabel Seabra, acompanhada ao piano. Teve o apoio da
Câmara Municipal de Cascais e da Fundação D. Luís I.
Ficou a promessa de um novo romance para breve, para o qual já começou a fazer as suas pesquisas. Deixando no ar o mistério sobre a sua história e com a garantia de que seria algo novo com o qual espera surpreender o público.
Não se esqueceu de reafirmar que ainda que seja muito difícil ser artista no nosso país faz o que gosta, porque gosta e para quem gosta.
Texto: Madalena Condado
Fotos: Mário Ramires
DESERTAR, de MATHIAS ENARD | DOM QUIXOTE
Desertar alterna a história de um soldado desconhecido - que, à margem de um campo de batalha indeterminado, tenta fugir da sua própria violência - com a de um genial matemático da Alemanha Oriental, tragicamente desaparecido, desde a ascensão do nazismo até ao colapso dos Estados comunistas. Duas narrativas que estabelecem um diálogo entre si através de diferentes guerras, como se a Europa ainda não tivesse acabado de pagar o preço do seu imperialismo e das suas ideologias.
sábado, 14 de setembro de 2024
AUTORES INTERNACIONAIS | PHILIP ROTH
Após ter concluído o ensino secundário, ingressou na Universidade de Rutgers mas, ao fim de um ano, transferiu-se para outra instituição, a Universidade de Bucknell. Interrompeu os seus estudos em 1955, ao alistar-se no exército mas, lesionando-se durante a recruta, acabou por ser desmobilizado. Decidiu pois retomar os seus estudos, trabalhando simultaneamente como professor para poder prover ao seu sustento, tendo-se licenciado em 1957, em Estudos Ingleses.
Inscreveu-se depois num seminário com o intuito de apresentar uma tese de doutoramento, e perdeu o entusiasmo, desistindo deste seu projecto em 1959. Preferindo dar início a um esforço literário, passou a colaborar com o periódico New Republic na qualidade de crítico de cinema, ao mesmo tempo que se debruçava na escrita do seu primeiro livro, que veio a ser publicado nesse mesmo ano, com o título Goodbye, Columbus (1959). A obra constituiu uma autêntica revelação, comprovada pela atribuição do prémio literário National Book Award. Mereceu também uma adaptação para o cinema pela mão do realizador Larry Peece.
Seguiram-se Letting Go (1962) e When She Was Good (1967), até que, em 1969, Philip Roth tornou a consolidar a sua posição como romancista através da publicação de Portnoy's Complaint (1969, O Complexo de Portnoy), obra que contava a história de um monomaníaco obcecado por sexo. O autor passou então a optar por fazer reaparecer muitas das suas personagens em diversas narrativas. Depois de The Breast (1972), romance que aludia à Metamorfose de Franz Kafka, David Kepesh, o protagonista que se via transformado num enorme seio, torna a figurar em The Professor Of Desire (1977) e em The Dying Animal (2001). Um outro exemplo de ressurgência é Nathan Zuckermann, presente em obras como My Life As A Man (1975), Zuckermann Unbound (1981), I Married A Communist (1998, Casei Com Um Comunista ) e The Human Stain (2000).
Tendo dado início a uma carreira docente em meados da década de 60, e que incluiu a sua passagem por instituições como as universidades de Princeton e Nova Iorque, Philip Roth encontrou muita da sua inspiração em incidentes e ambientes da vida académica.
Em 1991 publicou um volume dedicado à história da sua própria família, Patrimony , trabalho que foi galardoado com o National Critics Circle Award no ano seguinte, uma entre as muitas honrarias concedidas ao autor.
Em 1997, Philip Roth ganhou Prémio Pulitzer com Pastoral Americana. Em 1998 recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002 o mais alto galardão da Academia de Artes e Letras, a medalha de Ouro da Ficção, anteriormente atribuída a John dos Passos, William Faulkner e Saul Bellow, entre outros. Ganhou duas vezes o National Book Critics Award.
Em 2005, A Conspiração contra a América recebeu o prémio da Sociedade de Historiadores Americanos pelo «excecional romance histórico sobre um tema americano, relativo a 2003-2004», e foi considerado Melhor Livro do Ano por inúmeras publicações, entre elas: New York Times Book Review, San Francisco Chronicle, Boston Globe, Chicago Sun-Times, Los Angeles Times Book Review, Washington Post Book World, Time e Newsweek. No Reino Unido, Recebeu ainda o W.H. Smith Award para Melhor Livro do Ano.
Em 2011 recebe o Man Booker International Prize, prémio que procura destacar a influência de um escritor no campo da literatura. Trata-se de um reconhecimento do trabalho pessoal, e não de uma obra sua em particular. No ano seguinte, recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias, a maior distinção de Espanha.
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
A ORGIA DE PRAGA, de PHILIP ROTH | DOM QUIXOTE
Em busca do manuscrito inédito de um escritor iídiche martirizado, o romancista americano Nathan Zuckerman viaja para a cidade de Praga, sob ocupação soviética, em meados da década de 1970. Aí, num país sufocado pelo totalitarismo soviético, descobre uma situação literária marcada por uma opressão institucionalizada que é francamente diferente da sua. Descobre também, entre os escritores subjugados com os quais depressa se vê envolvido numa série de aventuras bizarras e patéticas, um tipo de heroísmo fascinantemente perverso.
A Orgia de Praga, romance composto pelas entradas dos cadernos em que Zuckerman regista a sua estadia no meio destes artistas ostracizados, constitui um final surpreendente do magnum opus que Roth concebeu laboriosamente acerca das consequências imprevistas da arte.
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
AMARELO TANGO, de NICOLAU SANTOS | OFICINA DO LIVRO
Quem fica a tomar conta dos seus negócios é Tati, o filho mais velho, que tem um jeito especial para falar com os operários da fábrica onde trabalha quando as coisas começam a azedar. No início dos anos 1970, o único neto de Estanislau que tem o seu nome andará envolvido na luta pela independência de Angola, mas compreende que os seus sonhos são de papel - e que o papel se rasgou. É esse neto que, anos depois, se apaixonará por uma jovem que o fará regressar ao maior segredo da família, o que liga toda a narrativa em torno de uma cor: amarelo tango.
Esta é a saga absolutamente fascinante de três gerações de uma família, contada num mosaico de pequenos episódios que - do cómico ao trágico - nos oferecem de forma magistral a história de Angola no último século.
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
AUTORES NACIONAIS | LUÍSA COSTA GOMES
terça-feira, 10 de setembro de 2024
VISITAR AMIGOS, de LUÍSA COSTA GOMES | DOM QUIXOTE
Visitar Amigos reúne treze contos inéditos. Sem ter um fio condutor, a colecção revela, no entanto, certa homogeneidade nos temas e nas abordagens. Alguns contos propõem a revisitação de ideias e linguagens de época, outros vivem do presente e pensam sobre heranças e renovações. Uns mais vincadamente e acidamente humorísticos, outros de carácter sobretudo perplexo, terão como pano de fundo sempre o tempo e a História, e a acção que por acaso ou por necessidade vamos tendo nela.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
AUTORES NACIONAIS | MIGUEL REAL
Miguel Real é escritor e ensaísta.
Dos vários livros que publicou, destacam-se os romances A voz da terra, pelo qual recebeu o Prémio Literário Fernando Namora, O feitiço da Índia, que mereceu o Prémio SPA Autores, e os ensaios Nova teoria do mal, Nova teoria da felicidade, Portugal — um país parado no meio do caminho, Nova teoria do Sebastianismo e Nova teoria do pecado.Sobre a vida e obra de José Saramago, escreveu, entre outros, Narração, maravilhoso, trágico e sagrado em Memorial do convento e Pessoa & Saramago.
Participou em José Saramago. Nascido para isto, organizado por Carlos Reis, e em José Saramago: A escrita infinita, organizado por Carlos Nogueira.
Em setembro de 2022 publicou, na Companhia das Letras, As 7 vidas de José Saramago, aclamada biografia do Prémio Nobel português.
O último minuto na vida de Saramago é o seu primeiro romance nesta chancela.
domingo, 8 de setembro de 2024
AUTOBIOGRAFIA DE JESUS, de MIGUEL REAL | DOM QUIXOTE
Foi desde então que o problema da Ressurreição não mais deixou de preocupar o escritor e, tantos anos volvidos, ele decidiu escrever esta Autobiografia de Jesus tomando a voz do Filho de Deus, já que nada se conhece que Jesus tenha deixado escrito pela sua mão e os Evangelhos não falam de muito do que foi a sua vida familiar, a sua aprendizagem, as suas revelações, a sua conduta com as mulheres e, sobretudo, a sua tremenda solidão.
É sobre tudo isso que trata este romance há muito esperado, de um autor frequentemente atraído pelos assuntos religiosos e com várias obras ensaísticas publicadas em torno do pecado, da Igreja e do culto de Fátima. Com um final incrivelmente inventivo e inesperado, parece que aquele nó cego criado na mente do autor na infância vai certamente ser desatado durante a nossa leitura.
sábado, 7 de setembro de 2024
AUTORES NACIONAIS | DAVID MACHADO
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
OS DIAS DO RUÍDO, de DAVID MACHADO | DOM QUIXOTE
Dois anos depois de ter matado um terrorista islâmico evitando um atentado num café de Paris, Laura viaja pelo mundo contando a sua história e promovendo o livro em que relata o acontecimento. A fama em torno do seu nome espalha-se por toda a parte mas, nas redes sociais, o debate acerca do que fez levanta questões sobre feminismo, racismo, xenofobia e todo o tipo de extremismos.Laura é glorificada por muitos, mas também alvo de ameaças de morte que, se a princípio prefere desvalorizar, acabam por obrigá-la a fugir e procurar refúgio no único lugar onde, contrariamente a tudo aquilo em que acreditava, se sente segura. É então nas pausas desse ruído virtual que enche o mundo, e de que ela também depende inexoravelmente, que Laura compreenderá as implicações do seu acto.
Numa narrativa pessoal e emotiva, Os Dias do Ruído - o muito ansiado novo romance de David Machado, vencedor do Prémio da União Europeia para a Literatura - explora as complexas dimensões do mundo contemporâneo, profundamente dominado pelas redes sociais, em que as vozes se sobrepõem quase sempre numa estridência incompreensível, revelando todas as contradições e incoerências não apenas de uma mulher, mas de qualquer ser humano.
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
AUTORES NACIONAIS | POSSIDÓNIO CACHAPA
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
A SELVA DENTRO DE CASA, de POSSIDÓNIO CACHAPA | DOM QUIXOTE
Com um forte pendor autobiográfico, A Selva Dentro de Casa conta-nos, pela voz de uma criança, a história de um homem jovem que é enviado para a guerra em África deixando o sobrinho enredado na sua selva pessoal. Enquanto o tio e a lembrança dos dias felizes o abandonam, esta criança-narrador enfrenta o desafio de sobreviver num país marcado por outras formas de violência, a começar pela que existe no seio da sua própria família. O medo e os perigos estendem-se muito para lá das ervas altas e do rugir dos animais selvagens… a selva pode encontrar-se até mesmo dentro de casa.
Partindo da experiência pessoal do tio do autor, este romance procura ir mais além, tentando iluminar o mistério do que se passou com milhares de jovens portugueses arrancados às suas casas e atirados para um continente desconhecido, na tentativa de salvar o que restava do sonho de um império. Os que sobreviveram regressaram diferentes, com a selva dentro de si, e passaram o resto das suas vidas a tentar recuperar a pessoa que um dia foram. Mas nem as famílias nem as noivas que os aguardavam sabiam como receber alguém transformado pela violência da guerra.
Ao dar voz ao que esses homens nunca conseguiram verbalizar, esta narrativa pode contribuir para que se compreendam as causas do trauma. E, talvez, ajudar as famílias que sofreram os danos colaterais desse conflito a encontrar alguma paz nessa reconciliação com a sua presença ou memória.
Emocionante e repleto de ternura, A Selva Dentro de Casa é um romance que nos prende até à última página e que confirma a voz especial e única de um grande escritor.
terça-feira, 3 de setembro de 2024
AUTORES INTERNACIONAIS | CARLOS RUIZ ZAFÓN
Iniciou a sua carreira literária em 1993 com O Príncipe da Neblina (Prémio Edebé), a que se seguem O Palácio da Meia-Noite, As Luzes de Setembro e Marina.
Em 2001 é publicado o seu primeiro romance para adultos, A Sombra do Vento, que rapidamente se transforma num fenómeno literário internacional. Com O Jogo do Anjo (2008) regressa ao universo de O Cemitério dos Livros Esquecidos, que continua em O Prisioneiro do Céu (2012) e que finaliza a tetralogia com O Labirinto dos Espíritos em 2016.
As suas obras foram traduzidas em mais de 50 línguas e conquistaram numerosos prémios e milhões de leitores nos 5 continentes.
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
MARINA, de CARLOS RUIZ ZAFÓN | PLANETA
Na Barcelona de 1980, Óscar Drai sonha acordado, deslumbrado pelos palacetes modernistas próximos do internato onde estuda. Numa das suas escapadelas conhece Marina, uma rapariga audaz que partilha com Óscar a aventura de penetrar num enigma doloroso do passado da cidade. Uma misteriosa personagem do pós-guerra propôs a si mesmo o maior desafio imaginável, mas a sua ambição arrastou-o por veredas sinistras cujas consequências alguém deve pagar ainda hoje.
EDIÇÃO ILUSTRADA COMEMORATIVA 25 ANOS
domingo, 1 de setembro de 2024
ENTREVISTA | B. XAVIER
Bianca Xavier é natural da Lourinhã, onde viveu toda a sua infância. E ainda que uma parte do seu percurso académico não tenha sido feito no seu concelho de residência, frequentou o 9º ano de escolaridade na escola Dr. João das Regras e o ensino secundário na Escola Secundária Dr. João Manuel da Costa Delgado na Lourinhã, onde começaria o seu percurso no vasto mundo da escrita.
Estuda
Enfermagem na ESEnfC - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra onde passa a
maior parte do tempo e ainda que o curso exija a sua total dedicação, nos seus parcos
momentos livres dedica-os a ler e a esboçar futuros livros.
Desde
muito cedo que a sua paixão pela leitura, em especial romances, levaram-na a desejar
passar para o papel os seus próprios sentimentos e vontades, conseguir proporcionar
a leitores ávidos um vislumbre dos seus mundos continua a ser o seu objetivo, e
tão naturalmente como respirar lançou o seu primeiro livro.
Entre
a leitura, a escrita e o seu futuro como enfermeira, não se esquece de levar a
vida ao som da música que adora, nas caminhadas que são o seu refúgio, e acima
de tudo passar tempo de qualidade rodeada da família e dos amigos.
MC - Quem é a Bianca
Xavier?
BX - Além de,
recentemente, ser autora, sou também estudante de enfermagem. Sempre gostei de
cuidar dos outros e foi por isso que escolhi este curso. Desde pequena que os
livros fazem parte da minha vida e considero que me tornam numa pessoa mais
criativa o que na minha perspetiva também melhora o meu desempenho enquanto
futura enfermeira. Para além da leitura e da escrita, gosto de ouvir música,
ver filmes e séries e ir à praia. Acredito que os livros podem ajudar a
melhorar a vida das pessoas e por isso encaro a escrita como um desafio para
atingir esse objetivo.
MC - Qual o motivo que te
levou a assinar B. Xavier?
BX - Assim como quis
dar ao meu livro um toque de mistério, decidi fazer o mesmo com o meu
nome. Todos os que me conhecem associam facilmente o nome Bianca à minha
pessoa, mas eu queria que as pessoas tivessem curiosidade em saber mais da
autora e do que ela escreveu e não da pessoa em si. Daí a escolha de assinar B.
Xavier.
MC - Dentro dos diversos
géneros literários a fantasia é a tua escolha de eleição, porquê?
BX - Sempre gostei de
filmes relacionados com fantasia, nomeadamente com o mundo sobrenatural. Apesar
do romance ser um género literário que adoro, quis juntá-lo à fantasia. Com a
fantasia sinto que posso levar os meus leitores para outro mundo, onde não existem
os problemas e as preocupações do dia a dia. Todos precisamos de um escape de
vez em quando e foi isso que eu quis dar aos meus leitores com "Mitos e
Amores".
MC - Como surgiu a ideia
para o "Mitos e Amores"?
BX - Tudo começou quando,
no 11º ano, soube do concurso de contos na escola secundária que frequentava.
Pensei em inscrever-me e ainda escrevi algumas ideias, mas acabei por não me
sentir inspirada o suficiente para participar no concurso e guardei os
rascunhos do que tinha escrito. Porém, no ano seguinte quando estava a estudar
deparei-me com esses rascunhos e, ao relê-los, novas ideias começaram a surgir.
Não sei se essa inspiração repentina se deveu ao facto de já não estar “presa”
a um tema e poder escrever livremente ou se aconteceu por mero acaso. A verdade
é que alguns meses depois já tinha o primeiro rascunho da obra “Mitos e
Amores”.
MC - O porquê da escolha
de Mértola?
BX - Apesar de estar a
escrever ficção, quis dar um toque de cultura ao meu livro e dar a conhecer
novos sítios do nosso país. Pesquisei lugares que estavam associados a
histórias ou lendas de lobisomens e foi assim que apareceram as cascatas do
Pulo do Lobo, que se localizam em Mértola.
MC - Com a universidade
para quando um novo livro?
BX - Com a universidade,
o processo de escrita tornou-se mais demorado do que esperava. Na universidade
acabei por ter menos tempo livre do que o que tinha no secundário. Quando não
tinha aulas ou exames, às vezes só me apetecia descansar e não me sentia inspirada
para desenvolver novas ideias. No entanto, espero ter novidades em breve para
os meus leitores.