terça-feira, 30 de julho de 2019

R.C. VICENTE ENTREVISTA RÁDIO RDS DIA 10 AGOSTO, 16H - 17H


R.C. Vicente nasceu a 20 de Setembro de 1995, na cidade de Santarém, Portugal. 
Por volta dos seus cinco anos começou a criar as suas primeiras histórias. Contos esses que se desenvolveram com o passar dos anos e deram origem a As Crónicas de Amindrius, Bérnia e Efendes.
Passou quatro anos da sua vida em Espanha, onde se tornou fluente em castellano. E com quinze e dezasseis anos, já em Portugal, venceu dois primeiros prémios literários na sua cidade. Participou ainda em diversas iniciativas literárias.
No ano de 2018 venceu o 1º Prémio Literário Boutique da Cultura.
O Ressurgir dos Eternos Titãs é a sua primeira obra e o primeiro volume de As Crónicas de Amindrius, Bérnia e Efendes.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

MBARRETO CONDADO - 27 JULHO, 10H - 19H, AGRUPAMENTO ESCOLAS PENACOVA


CRÍTICA LITERÁRIA | "A MEDIDA DO HOMEM" de Marco Malvaldi por MBARRETO CONDADO | Suma de Letras


A Medida do Homem, escrito por Marco Malvaldi, é um livro histórico onde o romance e o suspense se misturam na dose certa.
Devido aos inúmeros personagens e locais onde se irá desenrolar a acção o livro começa com a Dramatis Personæ, termo utilizado para descrever as personagens principais normalmente utilizado em peças teatrais, da qual temos forçosamente que nos recorrer no início da narrativa e, durante a leitura das suas quase 300 páginas.
A acção decorre durante a segunda fase do Renascimento. Em Milão em pleno séc. XV, onde o Mouro (Ludovico Sforza), poderoso Duque e “Senhor” reina. Neste mesmo período Florença era governada pelos Médici. Fala-se detalhadamente da política da época dando especial relevo à aliança entre Milão e o rei Carlos VIII de França contra o Rei de Nápoles, acreditando que Leonardo Da Vinci teria uma arma invencível. Temos uma descrição precisa dos costumes da corte Milanesa que me levou a reconhecer o extenso trabalho de pesquisa feita pelo autor.
Sabemos da protecção de Leonardo Da Vinci por ordens do Mouro, que lhe pediria entre outros trabalhos a pintura da “Última Ceia”.
Desde o início do livro, na descrição das personagens, ficamos com uma ideia geral do tom de ironia e humor que o autor quer imprimir ao livro. Porém o enredo adensa-se quando é descoberto o cadáver de um homem no pátio do castelo e, embora o corpo não mostre sinais de violência a morte é altamente suspeita. De imediato começam a correr rumores de uma nova praga e superstições que necessitam de ser refutadas rapidamente, pedido que Leonardo Da Vinci não pode recusar. A partir deste momento temos Leonardo Da Vinci como o “detective” de serviço a tentar descobrir o responsável e o motivo. Numa mistura inventiva de crime, dinheiro e intrigas palacianas.
Se no início do livro o leitor pode sentir dificuldade em entrar no ritmo da narrativa, Marco Malvaldi consegue imprimir originalidade a este romance histórico, criando uma ponte de curiosidade e antecipação. Onde existe um subentendido diálogo com o leitor, através de chamadas de atenção e confidências que tornam a leitura bastante agradável.
Gostava, no entanto, que sendo Leonardo Da Vinci a personagem central tivesse sido mais bem descrita ao longo de toda a história, o que nunca aconteceu. No entanto, não deixa de ser uma boa lição de história onde a ironia torna em certos momentos a leitura hilariante.

MBarreto Condado





Marco Malvaldi nasceu e mora em Pisa, onde se doutorou em Química pela Universidade Normale. Os seus livros anteriores incluem a série BarLume — com Massimo the Barman e os quatro detetives idosos —, que é também uma série de televisão. Escritor reconhecido e querido, os seus romances policiais valeram-lhe o Prémio Isola d’Elba e o Prémio Castiglioncello.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

R.C. VICENTE - 27 JULHO, 10H - 19H, AGRUPAMENTO ESCOLAS PENACOVA


"NOCTURNO ARCO-IRÍS" - O ÓSCAR ADIANTADO, de Helder Menor
















Eu nunca fui muito de acreditar nelas. Mas que existem, disso não tenho dúvidas. E se não tenho dúvidas, é também porque estou casado com a filha de uma senhora que se quisesse era. Atenção que estou a falar das bruxas, mas das bruxas a sério, senhoras de virtude, não é dessas intrujas que andam praí.

E conto já porque vos digo isto, porque sei de saber que é assim mesmo.

A coisa mais estranha que me aconteceu foi durante aquela época em que o Benfica tinha o Saviola e o Sporting de Braga este quase a mamar-nos o Campeonato.

Isto já foi há mais de dez anos.

Estava eu casado com a minha mulher há já duas ou três épocas e não conseguíamos ter filhos. E isso, era uma coisa que me andava a deixar desanimado.

Naquele domingo cheguei a casa mais cedo porque encontrei o Martinho à saída da Luz e deu-me boleia mesmo até à porta de casa. Não tive de vir de transportes cheguei uma hora antes. Quando vou meter a chave à porta, lembrei-me que a Fatinha, minha esposa, fecha sempre a porta por dentro porque tem medo dessa lodroagem anda aí agora. Nisto, oiço os barulhos de uma espécie de luta e uma voz que parecia da minha Fatinha a queixar-se. Claro que bati logo à porta com toda a força. A Fatinha veio abrir a porta com cara de assustada, a apertar o roupão, ela em casa anda sempre de camisa de dormir, mas para abrir a porta da rua veste o roupão, que eu não gosto que venha mostrar muita carne pás escadas,

-        Ó homem o que é que se passa?

-        Mor, não ouviste, uma espécie de luta e a tua voz a queixar-se?

-    Ó homem não me digas que estás a ficar maluco... então estava eu aqui tão sogadita na cozinha a estender a massa para os pasteis, que em sendo domingo a tarde é o melhor dia para isso...e tu a ouvir vozes? Olha, fecha, mas é a porta que dá para o corredor, para o cheiro do óleo não ir para a sala entranhar-se-me nos reposteiros.

-        Fatinha, juro que ouvi uma voz que parecia a tua, mas mais rouca, a queixar-se!!!!

-       Eu a queixar-me? Mas a queixar-me do quê? As vezes até me assustas homem!!! se estás a brincar, por favor não brinques com essas coisas que tu sabes que eu acredito em tudo o que me contas!

E é verdade. Ainda hoje é assim, a minha esposa é uma moça ingénua... e se eu lhe disser que o céu azul, é preto, ela acredita...

Foi nisto que ouvi claramente a porta da rua, que dá para as escadas a fechar-se. Não fez estrondo. Mas fechou-se e eu ouvi.

Corri para ver quem era. Atrás de mim a correr veio a Fatinha.

Não era ninguém.

-        não ouviste? A porta das escadas?

-        Ai homem, eu não ouvi nada!!! tu não estás bom da cabeça e queres-me por maluca a mim!! o Benfica perdeu foi?

-        Não perdeu nada, ganhou três a zero! Um golo de penálti, um de canto e um golaço de meio campo que é uma obra prima!!!! Havias de ver....

Expliquei-lhe o jogo com os detalhes que ela ouviu com atenção e não voltamos a falar nas portas e nas vozes.

Mas a coisa não ficou por aqui.

No outro dia de manha, o bruxedo voltou a manifestar-se! quando vou pegar no casaco tipo blazer que deixei no cabide atrás da porta do quarto, aí não há dúvida nenhuma, estava la o casaco sim senhor..., mas transformado!... Prova provada que o sobrenatural existe, acontece e entra nas nossas casas, vi eu, visto por mim, que ninguém me contou!!!! O casaco mudou de cor!!!!! A sério, se me contassem nem eu acreditava, que eu não sou gajo para acreditar na primeira tanga que me dão! Mas foi comigo que aconteceu. Eu, que não uso casacos azuis, nem outra roupa azul, por causa dos morcões do Porto, tinha o meu casaco preto que levo para trabalhar na agência, transformado em azul. Está bem que era azul escuro..., mas era azul.

Fiquei em choque!!!

Nesse dia levei outro casaco que tinha la no armário que apesar de ser mais quente, ao menos não era azul... E a cena do casaco azul pesava-me na cabeça!

Falei com a Fatinha disse-lhe da transformação do casaco. Ela assustou-se ainda mais que eu!

Ao final da tarde quando cheguei a casa estava la a Dona Isaura, a minha sogra, estava sentada na sala com cara de caso. A minha sogra, digo já para quem não sabe, é médium e é espírita... 

Eu nunca acreditei nessas coisas..., mas sempre respeitei. A Dona Isaura, pediu-me para eu lhe contar o que tinha ouvido e o que tinha sentido.

Eu contei-lhe tudo.  A Fatinha, ao lado da mãe com cara séria a ouvir calada.

A minha sogra, baixou as persianas, sentou-se na sala com o casaco azul na mão e passados uns segundos já estava em transe. Falou para mim com voz funda que fazia lembrar a do Artur Agostinho aquele que fazia relatos e só tinha um defeito que era ser um grande lagarto.

-        Ricardo, tu tens um espírito agarrado a ti! Precisas de te libertar...

E eu a responder-lhe...

-        Mas ó Dona Isaura, eu não tenho nada agarrado...

Vai daí o espírito entrou logo à bruta de carrinho e em falta:

-        Eu não sou a Isaura, não me chames pelo nome de um vivo! sou o espírito de um antepassado teu que veio aqui a baixo para ajudar. E tu Ricardo, vais fazer exactamente o que te vou mandar!!!..

Eu calado. Só a ouvir. Sem medo, mas com respeito.

      - Para te libertares desse encosto, manda a tua mulher, a Fátima Marina duas semanas para a terra dos pais dela, lá em cima no Minho. Ela que todas as manhãs vá acender uma vela aos pés da Santa Madalena que está na capela do Senhor do Monte. Ao fim de quinze velas, o teu problema estará resolvido e os teus passos abençoados.

Como nessa altura não me dava jeito meter férias, mandei a Fatinha, contrariada é certo, lá para cima para o Minho, que tal como combinado com o espírito. E durante quinze dias, todas as manhãs ela foi acender uma vela lá na tal capela …

E não é que resultou?!?!?!

As coisas entraram logo nos eixos.

Ganhámos logo o campeonato e a taça daquela época!

Até o casaco voltou à cor normal.

Passado uma semana de ter vindo do Minho, tive a melhor noticia que um pai e um benfiquista pode ter... A Fatinha, minha esposa amada, estava grávida.

Oito meses depois do regresso da Fatinha ao Minho nasceu o nosso Óscar, como o Cardoso do Paraguai, que para mim foi dos melhores jogadores que mandámos vir... um rapaz que jogava avançado... o nosso Óscar também gosta de se adiantar e nasceu de oito meses.

Podem ter a certeza que temos um filho lindo e maravilhoso, que já é sócio do Glorioso SLB e joga aqui no bairro na escolinha de futebol do Benfica.

Dois em dois meses a Fatinha vai um fim de semana sozinha ao Minho por lá uma velinha. Sou eu que a mando e até faço gosto e pagar-lhe a viagem no intercidades até ao Porto.

E aos domingos, quinze em quinze dias, quando o Benfica joga na Luz, levo o Óscar comigo ao estádio porque a Fatinha sai cedo e vai passar o dia lá no centro espírita.

Volto a repetir, não sei se acredito nem em bruxas nem em milagres,  mas o que é certo, é que o nosso menino está lindo, já remata tanto com o pé esquerdo como com o direito e desde que a Fatinha vai lá a cena dos espíritos, só perdemos três campeonatos e foi porque o Pinto da Costa nos indrominou com os árbitros.  Eles podem enganar toda a gente, mas a mim??? A mim?! Ao filho da Dona Maria, a minha santa mãezinha?!

A mim, ainda está para nascer o gajo que me há-de enganar....


terça-feira, 23 de julho de 2019

R.C. VICENTE - 27 JULHO, 10H - 19H, AGRUPAMENTO ESCOLAS PENACOVA


NOVO CRONISTA, autor Helder Menor

É com enorme prazer que damos as boas-vindas ao autor Helder Menor que passará a escrever regularmente, todas as quintas-feiras, artigos de opinião. 














Helder Menor, quase meio século de vivências acumuladas. 

Nacionalidade plantada no Planeta Margem-Sul com raízes espalhadas por aí. Redactor de estórias difusas, confusas, contraditórias e às vezes nebulosas. Amante e apaixonado por tradições vernaculares, arcaicas ou modernas. Quase sempre atento à vida, aos outros e às coisas. Acumulador de receitas e aprendiz de cozinheiro de quem a família e os amigos são as principais vítimas. Escrevedor compulsivo pela necessidade de aligeirar a pesada carga dos dias. Coleccionador virtual de memórias guardadas em cheiros, cheiros, sabores e secretos afectos. Viajante de longo curso, sem mágoas nem bagagem de porão. Quilómetros percorridos de voltas e reviravoltas no Mundo sempre às voltas. Permanente construtor de sonhos e contribuinte diário das mais belas utopias. Vivente no aqui e agora, de olhos postos no futuro com uma mochila cheiinha de um passado da qual não sabe, nem se quer separar.

Gosta de sujar as mãos a fazer coisas e tomar banhos em águas livres.


sexta-feira, 19 de julho de 2019

FERNANDO TEIXEIRA, 20 JULHO ÀS 16H, PRAIA DA TOCHA

O autor Fernando Teixeira apresenta na Praia da Tocha, no próximo dia 20 de Julho, às 16h, no Centro de Interpretação de Arte Xávega, o seu livro "Por Entre As Brumas De NewFoundland"


quinta-feira, 18 de julho de 2019

R.C. VICENTE - 27 JULHO, 10H - 19H, AGRUPAMENTO ESCOLAS PENACOVA


A Casa da Rússia de John le Carré / DOM QUIXOTE - Tradução de José Vieira de Lima

Nas livrarias a 23 de Julho

John le Carré ganhou prestígio mundial com extraordinários romances como A Casa da Rússia, publicado pela primeira vez há 30 anos.
Em Moscovo, um manuscrito que contém segredos militares muda de mãos. Se conseguir chegar ao seu destino, e se o seu significado for entendido, as consequências poderão ser devastadoras. Entretanto, ao longo do caminho, tem um impacto explosivo na vida de três pessoas: um físico soviético sobrecarregado de segredos; uma bela jovem russa a quem os papéis são confiados; e Barley Blair, um editor inglês em declínio, que se vê pressionado pelos Serviços Secretos a expor a fonte do documento.
John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secreto, e faz dele o nosso. Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa do Maine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley, le Carré desenvolve não só uma história de espionagem, mas também uma alegoria do amor individual confrontado com atitudes colectivas de beligerância. Uma magnífica história de amor, traição e coragem, que captura a História no acto.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

FERNANDO TEIXEIRA, 20 JULHO ÀS 16H, PRAIA DA TOCHA, CANTANHEDE


A Porta Oculta de Jørn Lier Horst / DOM QUIXOTE - Tradução de João Reis


Sofie Lund está pronta para um novo começo quando se muda com a filha pequena para a casa que herdou do avô. Sofie tem lembranças tão dolorosas da sua infância que decide livrar-se de todos os vestígios do Velhote, todos os vestígios exceto um cofre trancado que está preso ao chão da cave.
Dentro do cofre, Sofie encontra algo chocante que se irá tornar uma prova crucial num caso que tem atormentado o inspetor William Wisting há demasiado tempo, e levantar dúvidas sobre o real culpado de outro caso de homicídio que está prestes a ser julgado. No entanto, para seguir essa pista, Wisting terá de pôr em causa lealdades importantes e abalar a confiança dos cidadãos nas forças policiais.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

R.C. VICENTE - 27 JULHO, 10H - 19H, AGRUPAMENTO ESCOLAS PENACOVA


Istambul, Istambul de Burhan Sönmez / DOM QUIXOTE - Tradução de Tânia Ganho

Nas livrarias a 16 de Julho

Na sequência de um golpe militar, um médico, um barbeiro, um estudante e um velho revolucionário são encarcerados numa cela exígua e gelada nos subterrâneos de Istambul. Entre os interrogatórios, as sessões de tortura, o tempo suspenso e a imobilidade forçada, descobrem o encanto e o poder da palavra como possibilidade de fuga e beleza num mundo altamente cruel.
As narrativas que estes homens partilham, tantas vezes carregadas de humor, desafio e sensualidade, revelam o que os liga uns aos outros e o motivo pelo qual se encontram presos: na Istambul à superfície, que vive, caótica, entre beleza e horror, algo está para acontecer – uma mudança, uma revolução? – e é essa cidade, com todos os seus contrastes, as suas contradições e as infinitas realidades que a compõem, a verdadeira protagonista deste romance.
Uma obra profundamente humana e apaixonante, baseada na experiência do autor, traduzida em cerca de 30 línguas e vencedora do Prémio ERBD (Reino Unido)

domingo, 14 de julho de 2019

FERNANDO TEIXEIRA, 20 JULHO ÀS 16H, PRAIA DA TOCHA


O autor Fernando Teixeira apresenta na Praia da Tocha, no próximo dia 20 de Julho, às 16h, no Centro de Interpretação de Arte Xávega, o seu livro "Por Entre As Brumas De NewFoundland"