terça-feira, 31 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | UM CÃO NO MEIO DO CAMINHO, DE ISABELA FIGUEIREDO | BERTRAND

 

Indicado para: alertar para e discutir sobre a solidão e a violência nas sociedades modernas, o racismo e outras formas de marginalização ou estigmatização ou repúdio, o consumo excessivo e o acumular de tralha, o desperdício, a emergência climática, o massacre de seres vivos, a ética de comer animais, a arrogância antropocêntrica, o entorpecimento, a insensibilidade e a alienação; apaziguar sentimentos de desadequação, raiva, injustiça, culpa e invisibilidade;
Efeitos secundários: sensação de mal-estar; assunção da senciência dos animais; implementação de mudanças nos padrões de consumo e na dieta alimentar; possível adesão ao vegetarianismo; abertura ao debate, ao diálogo e à troca de argumentos sobre a relação paradoxal com os animais; sentimentos de empatia, compaixão, solidariedade e humanização;
Posologia: leitura mínima de 20 páginas por dia.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | ABERTO TODOS OS DIAS, de JOÃO LUÍS BARRETO GUIMARÃES | BERTRAND

 

A poesia de João Luís Barreto Guimarães oscila, sempre, entre a contemplação da História, a ironia sobre as coisas comuns e quotidianas, a transformação dos sentimentos em meditação sobre a passagem do tempo, a construção de um universo próprio com as suas personagens, obsessões e descobertas. Ao mesmo tempo, o autor encetou há muito a busca de uma linguagem única e de uma forma singular no panorama da poesia portuguesa e europeia

domingo, 29 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A CASA DA FLORESTA, de MARION ZIMMER BRADLEY ! GRUPO SAÍDA DE EMERGÊNCIA

 

m novo santuário: a Casa da Floresta.

Contudo, oO regresso ao mundo que inspirou As Brumas de Avalon

Numa Bretanha que luta para sobreviver à invasão romana, os druidas e a sua religião são duramente perseguidos e massacrados pelas legiões de César. Depois da destruição da Casa das Mulheres na ilha sagrada de Mona, as sacerdotisas, que juraram proteger os ritos ancestrais de sabedoria, cura e magia consagrados à Deusa, procuram refúgio nu amor não obedece às leis dos homens, e Eilan, filha de um druida, com o dom da visão e destinada a tornar-se na futura Grã-Sacerdotisa, apaixona-se por um oficial do exército romano. Dividida entre a razão e a paixão de um romance proibido, Eilan terá de confiar no poder da Deusa para a guiar através do traiçoeiro labirinto do destino.

sábado, 28 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | AS TRÊS VIDAS, de JOÃO TORDO | COMPANHIA DAS LETRAS

 

História de amor, saga familiar, mistério policial, retrato de um mundo que ameaça resvalar da corda bamba, Três Vidas é um dos mais marcantes romances de João Tordo, tendo-lhe valido o Prémio Literário José Saramago 


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | NEM TODAS AS BALEIAS VOAM, de AFONSO CRUZ | COMPANHIA DAS LETRAS

 

Em plena Guerra Fria, a CIA engendrou um plano, baptizado Jazz Ambassadors, para cativar a juventude de Leste para a causa americana. É neste pano de fundo que conhecemos Erik Gould, pianista exímio, apaixonado, capaz de visualizar sons e de pintar retratos nas teclas do piano. A música está-lhe tão entranhada no corpo como o amor pela única mulher da sua vida, que desapareceu de um dia para o outro. Será o filho de ambos, Tristan, cansado de procurar a mãe entre as páginas de um atlas, que encontrará dentro de uma caixa de sapatos um caminho para recuperar a alegria.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | GUERREIRA DOS CÉUS, de ADDIE THORLEY | TOPSELLER

 

A discórdia entre Zemya e Ashkar começou há séculos por uma disputa entre deuses e, neste momento, a única hipótese de trazer paz a Ashkar é unindo os vários povos numa revolta contra o rei tirano. Uma tarefa difícil, mas não impossível. Nas mãos de Enebish e Ghoa, duas das pessoas mais odiadas por todos os habitantes, está o futuro do reino, e das trevas nascerá a união.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A ESPIA REAL, de RHYS BOWEN | TOPSELLER

 

Lady Victoriana Georgianna Charlotte Eugenie (Georgie) está em 34.º lugar na linha de sucessão ao trono e está completamente falida. Forçada a deixar a Escócia e a ir para Londres, trabalha numa loja de cosméticos e é empregada doméstica (incógnita, claro). É ainda convocada pela rainha para ser espia do príncipe de Gales. Como se não bastasse, o francês que ficara com a propriedade ancestral de Georgie aparece morto na banheira. Agora, ela tem também de tentar limpar o nome da família. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | O PACTO, de ELLE KENNEDY | TOPSELLER

 

Hannah é uma jovem que parece saber o que quer. No entanto, o seu passado esconde uma ferida difícil de sarar que continua a ser a causa de muitas inseguranças nas relações amorosas. Garrett é o capitão da equipa de hóquei no gelo da faculdade e filho de uma lenda do desporto. Juntos, vão fazer um pacto capaz de mudar tudo... Finalista do Prémio Goodreads para Melhor Ficção Romântica 2015, este é o primeiro volume da saga. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A ÁRVORE DA DANÇA, de KIRAN MILLWOOD HARGRAVE | TOPSELLER

 


Situada numa era de superstição, histeria e mudanças extraordinárias, e inspirada em factos reais ocorridos durante um verão maldito, esta é uma história apaixonante sobre segredos de família, amor proibido e mulheres levadas ao limite.

domingo, 22 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | P.S. EU AMO-TE, de CECELIA AHERN | SUMA DE LETRAS

                                                            À VENDA A 23 DE JANEIRO 


P.S. Eu amo-te tem direito a nova capa e edição de bolso. Algumas pessoas esperam a vida inteira para encontrar a alma gémea, mas não é o caso de Holly e Gerry. Foram mesmo feitos um para o outro. Cada um termina as frases do outro e, mesmo quando discutem, fazem-no a rir. Ninguém consegue imaginá-los um sem o outro. Até que o inesperado acontece e Holly sente que não pode viver sem Gerry. Três meses depois da morte do amor da sua vida, Holly recebe um pacote misterioso. Gerry deixou uma série de cartas, uma para cada mês após a sua morte, nas quais, com ternura, sabedoria e humor, a encoraja a seguir em frente. 

sábado, 21 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A MENINA DE NEVE, de JAVIER CASTILLO | SUMA DE LETRAS

 À VENDA A 23 DE JANEIRO


Nova Iorque, 1998. Kiera Templeton, de apenas três anos, desaparece no meio da multidão que se juntara para ver o desfile de Ação de Graças do Macy’s. Em 2003, no dia em que faria oito anos, os pais, Aaron e Grace Templeton, recebem uma cassete VHS com uma gravação da filha a brincar num quarto desconhecido. Onde está Kiera Templeton? Série baseada no livro estreia-se na Netflix a 27 de janeiro.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A MINHA ADORÁVEL ESPOSA, de SAMANTHA DOWNING | SUMA DE LETRAS

 


A nossa história de amor é simples. Conheci uma mulher deslumbrante. Apaixonámo-nos. Tivemos filhos. Mudámo-nos para os subúrbios. Contamos um ao outro os nossos maiores sonhos e os nossos segredos mais sombrios. E depois aborrecemo-nos. Parecemos um casal normal. Somos os seus vizinhos, os pais do amigo do seu filho, os conhecidos com quem quer jantar. Todos nós temos segredos para manter vivo um casamento. Acontece que o nosso é matar…

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A FERA NA SELVA, de HENRY JAMES | DOM QUIXOTE

 Nas livrarias a 31 de Janeiro

Um segredo une o casal de amigos John Marcher e May Bartram.

Depois de se terem conhecido em Itália e passado dez anos sem qualquer contacto, um reencontro inesperado numa visita à mansão de Weatherend faz com que retomem a amizade que julgavam perdida. May irá, a partir de então, acompanhar as expectativas de John, que espera que um acontecimento raro e grandioso se dê na sua vida, e dispõe-se a esperar com ele. Um sentimento de amor implícito entre ambos atravessa toda a narrativa, cuja trama, passada na Inglaterra do final do século XIX, propicia ao leitor uma infinidade de interpretações sobre a real história de A Fera na Selva.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | VOZ DE VELHA, de ELISA VICTORIA | DOM QUIXOTE

 NAS LIVRARIAS A 24 DE JANEIRO

Tem nove anos. Chama-se Marina, mas na escola tratam-na por Vozdevelha, porque nem sempre tem uma relação fácil com os da sua idade. Este verão em Sevilha, o primeiro depois da Expo’92, está a ser tão comprido e seco que ela não sabe se há de rir, se há de chorar; se quer que tudo mude ou que tudo fique na mesma. Porque, embora ainda brinque com bonecas, já folheia revistas para adultos, já sabe o que são beijos de namorados, já pensa na sua primeira vez com palavras que não se dizem em público.

Porque tem a mãe muito doente e já se está a imaginar num internato, rodeada de freiras e órfãs – até a obrigaram a batizar-se para o caso de ser preciso.

Porque o pai desapareceu há cinco anos e a sua melhor amiga é a avó, que lhe faz petiscos, a deixa ver televisão até às tantas, lhe fala da sua paixão por Felipe González, dorme na cama com ela e lhe costura vestidos de sevilhana ou às flores. Os desejos e os medos de Marina aparecem sempre misturados.

Terno e autêntico, Vozdevelha é um romance fulgurante sobre uma criança inteligente num mundo às vezes tão estúpido e, ao mesmo tempo, um retrato nada condescendente dos habitantes das periferias e dos bairros operários da Europa do Sul no final do século XX. Como diz a escritora Elvira Lindo: inesquecível.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | QUE A VIDA NOS OIÇA, de VICENTE ALVES DO Ó | OFICINA DO LIVRO

 NAS LIVRARIAS A 24 DE JANEIRO

Vasco é realizador de cinema, tem um filme novo para estrear e não sabe o que fazer com o futuro.

A braços com uma crise de meia-idade, é apanhado de surpresa quando a mãe, com quem tem uma relação moldada por uma tragédia familiar e pelo divórcio dos pais, vem ao seu encontro para lhe contar que sofre de Alzheimer. Abalado pela notícia, Vasco começa a trabalhar na ideia de um filme sobre a vida da mãe, para que ela consiga recordar o seu passado quando a memória começar a falhar.

No entanto, durante o processo de investigação para esta biografia em forma de cinema, o realizador descobre uma história escondida que põe em causa as suas próprias raízes.

Vasco inicia então uma autêntica aventura à procura da verdade, que tem tanto de real como de cinematográfica.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | NOITE INTERMINÁVEL, de MBARRETO CONDADO

 

Quando o impossível invade as habituais férias na Ilha de Faro.

Quando a realidade se perde na noite.

Quando a luta pela sobrevivência obriga a abandonar tudo, a lutar sem olhar para trás.

domingo, 15 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A BATALHA DE SEKMET, de VANESSA LOURENÇO

 

Poderá um deus com coração de herói ser o vilão da sua própria história? Os heróis não são sempre heróis, mesmo os de natureza divina. Mas a perseverança, o companheirismo e a fé em tudo o que nos move fazem milagres. Das areias de um deserto longínquo do passado chega-nos a promessa de uma batalha que ameaça a permanência de toda uma espécie na Terra. Conseguirão os nossos heróis contrariar esse destino e ultrapassar todos os desafios que vão encontrar para lá chegar?

sábado, 14 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A FILHA DA MÃE, de MARIA CECÍLIA GARCIA

 

“Estavam domesticadas, amarguravam-se, e essa amargura traduzia-se num combate feroz contra tudo o que era diferente, eram as piores inimigas de si próprias e daquelas que ousassem sair do redil. A emancipação que as mulheres procuravam afigurava-se-lhes como algo demoníaco que não podiam aceitar, pois punha em causa toda a sua vida. Foi um tempo em que a aldeia se dividiu e onde cresceu a maledicência e o julgamento, e só serenou quando essa luta era contra as suas próprias filhas”.

“Era só um amigo e aquele beijo foi uma coisa tonta e sensaborona. Depois dessa proeza ele perguntou: “gostaste?” Eu respondi que tinha sido como nos filmes. E era verdade: não senti nada. Supõe-se que devia ter sentido uma grande emoção, tremores, pernas bambas, ter visto estrelas e passarinhos a pipilar…, mas não, deixou-me apenas com um sentimento de pecado e sabor a decepção. Fiquei preocupada, pensei que havia algo errado em mim”.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A CIDADE DAS BRUMAS, de ANITA DOS SANTOS


Neste segundo livro das Crónicas de André e Vicente, vamos encontrar os dois amigos a caminho da Cidade do Norte, na companhia do Mensageiro, onde foram chamados com urgência pelas suas progenitoras.

É chegado o momento de se cumprir a profecia que foi feita setenta anos antes do nascimento dos dois jovens, por um druida vidente, que predizia que ambos seriam os guardiões e guias da Gente Pequenina. Mas foram feitas mais previsões das quais os dois jovens não têm ainda conhecimento.

Deles irá depender a continuidade da Cidade do Norte, da Cidade das Brumas, como sede da guilda dos druidas.

Tudo lhes é revelado nas cartas enviadas pelas Escolhidas, as suas progenitoras.

E enquanto o caminho para a Cidade das Brumas se revela pleno de surpresas quer para os feéricos quer para os humanos que os acompanham, o perigo e as surpresas fazem-se sempre presente entre eles.

Na Cidade do Norte, a intriga, a traição vai minando por entre os elementos do Círculo dos Sete, o órgão máximo da Cidade dos druidas. E como tinha sido previsto, a Cidade está em risco.

Os feéricos menores na Cidade foram, entretanto, desaparecendo.

Porque será? Também isso os jovens druidas irão desvendar, com o auxílio do Traquinas, do Cotovia e do Senhor dos Bosques. Contarão além disso com o inestimável Mensageiro e com as Escolhidas.

Haverá mais surpresas a aguardar os dois amigos?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | NÃO PODERIA TER SIDO DE OUTRA FORMA, de FERNANDO TEIXEIRA

 

Paul e Tracy são um casal com um filho adolescente que vive em Palo Alto, na Califórnia, Estados Unidos. Decepcionado com um casamento que tinha entrado num marasmo de silêncios e omissões, afectando até o relacionamento com o seu próprio filho, mas com vontade de contrariar a situação, Paul decide levar a família a passar uns dias de férias na região oeste do Canadá, por ocasião do décimo quinto aniversário de casamento. Ele deseja que esse tempo traga um novo fôlego à sua vida familiar. Jamais poderia imaginar que essas férias iriam influenciá-lo de uma forma tão profunda, até perceber que aquela viagem, entre Vancouver e Calgary, tinha sido apenas o prólogo de uma sucessão de acontecimentos que o levaria a travar uma grande amizade, tão forte quanto improvável, transformando a sua vida. Um romance apaixonante que procura ser um tributo ao Oeste canadiano e ao valor das grandes amizades.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | RELAÇÃO MORTAL, de J.D. ROBB | CHÁ DAS CINCO

 

Para um assassino, a vítima é apenas um instrumento para alcançar um fim…


Depois de umas curtas férias, o recém-promovido capitão da Polícia de Nova Iorque regressa a casa para encontrar um cenário inimaginável: a sua filha adolescente foi brutalmente assassinada! O cenário traumático deixa horrorizados até os polícias mais veteranos, como Eve Dallas, que o capitão pediu que ficasse responsável pelo caso.

Após uma longa investigação, Dallas acredita que está perto de prender o agressor. No entanto, a experiência do assassino em assumir inúmeras identidades deixa claro que a tenente está diante de alguém que não olha a meios para atormentar a força policial.

O excesso de confiança pode levar a descuidos. Mas, para Dallas, um erro pode ser apenas o primeiro passo para ela fazer justiça.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

AUTORES NACIONAIS | LUÍS OSÓRIO


 Foto Créditos: Grupo Bertrand Círculo


Luís Osório nasceu em 1971, em Lisboa. Dirigiu jornais e uma estação de rádio. Imaginou programas de televisão, encenou uma peça de teatro, participou em comissões governamentais, coordenou a comunicação política de uma campanha presidencial e é consultor empresarial. 

Comentou política, realizou documentários e foi premiado como jornalista e criativo. 

Publicou oito livros, o último dos quais 30 Portugueses, 1 País resultado de 30 conversas com figuras portuguesas das mais variadas áreas e em Maio de 2021 lançou Ficheiros Secretos um livro polémico que revela os bastidores da política nacional e inspirou um espectáculo a estrear em Palco no próximo dia 17 de Setembro na Amadora.  

Texto: Redacção com Bertrand Livreiros

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ACTUALIDADE | " A mais breve história da Rússia" , de José Milhazes, foi o livro de não ficção mais vendido em 2022 | Dom Quixote, Grupo Leya


 Fontes: créditos foto e texto Editora Dom Quixote


“A Mais Breve História da Rússia”, do jornalista José Milhazes, foi o livro de não-ficção mais vendido em 2022 em Portugal


“A Mais Breve História da Rússia”, do jornalista José Milhazes, que a Dom Quixote editou em fevereiro do ano passado, foi o livro de não-ficção mais vendido em Portugal em 2022. A obra, que percorre a história do país, dos Eslavos a Vladimir Putin passando pelos Czares, vendeu mais de 50 mil exemplares e fez 10 edições.

Lançado duas semanas antes da invasão da Ucrânia por Vladimir Putin e do início da guerra entre os dois países, o livro “pretende dar ao leitor uma ferramenta útil para a compreensão do passado e presente do maior país do mundo”. José Milhazes, o grande especialista português em Rússia, propõe uma viagem que atravessa milhares de anos da história, da cultura e da civilização russas numa obra que inclui dezenas de fotografias e mapas – além de uma cronologia e de uma bibliografia.


A obra do antigo correspondente da SIC e da TSF em Moscovo explica como surgiu e se desenvolveu um país que ao longo da sua história teve vários nomes – Rus, Moscóvia, Império Russo, União Soviética, Federação da Rússia –, conheça como nesse território coexistiram, e ainda coexistem, cerca de 160 povos com culturas muito diversas. Nação de proporções colossais ou continente? Luz do mundo ou terra condenada? Aliada da Europa e do Ocidente ou sua adversária mortal? Território de santos, czares, poetas, conquistadores, revolucionários e músicos, a Rússia é um enorme mistério que importa desvendar.


José Milhazes nasceu e cresceu na Póvoa de Varzim. Em 1977 foi estudar para a União Soviética. Licenciou-se em História da Rússia na Universidade Estatal de Moscovo (Lomonossov) e estabeleceu-se naquele país enquanto tradutor de obras literárias e políticas. Em 1989 começou a fazer trabalho jornalístico na TSF e depois noutros media portugueses. Fez o doutoramento em 2008 dedicado ao tema «Influência das ideias liberais espanholas e portuguesas na Rússia». Regressou a Portugal em 2015 com um conhecimento incomparável no panorama português sobre a sociedade, a política e a história russas. É autor de vasta obra publicada, da qual destacamos As Minhas Aventuras no País dos Sovietes (2017) e Os Blumthal (2019). Guerra Fria é o nome da rubrica que tem com Nuno Rogeiro na SIC.


DIVULGAÇÃO |Tutankhamon e o túmulo que mudou o mundo de Bob Brier | Saída de Emergência


 Uma nova visão sobre os tesouros e mistérios do túmulo de Tutankhamon


É frequente pensar-se que a história de Tutankhamon terminou quando os milhares de objetos descobertos por Howard Carter e Lorde Carnarvon foram transportados para o Museu Egípcio no Cairo e colocados em exposição.
Mas há muito mais para descobrir nesta história. Explorando os cem anos de pesquisa desde a descoberta do túmulo, os diversos objetos nele encontrados e as novas evidências sobre a morte do menino-rei, o autor leva-nos aos bastidores da investigação para revelar mais segredos do jovem faraó.
Bob Brier demonstra igualmente o vasto impacto que a descoberta do túmulo teve em áreas que não se limitam à Egiptologia, examinando a sua influência na política egípcia, nas novas formas de fazer arqueologia e até na apresentação das exposições museológicas. Largamente documentado com as últimas descobertas e apresentado com vívidos detalhes, este livro é uma introdução irresistível a uma das grandes descobertas arqueológicas do mundo.

 

domingo, 8 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | VERITY, de COLLEEN HOOVER | TOPSELLER

 

Nota da Autora

Caros leitores,

Nem sei por onde começar.

Estava tão nervosa quando, em 2018, escrevi Verity. Era um afastamento tão grande dos livros que estava habituada a escrever e dos livros que estavam habituados a que eu escrevesse. Estava preparada para uma tiragem muito menor de Verity, por ser tão diferente. A certa altura, convenci-me de que a minha mãe seria a única leitora, mas, mesmo assim, estava a divertir-me tanto a escrever o livro que não consegui parar.

Quando chegou o dia do lançamento, esperava que aqueles que me tinham  apoiado anteriormente estivessem  receosos de me seguir para um género  completamente novo, mas não podia estar mais enganada. Fiquei perplexa com o apoio dos leitores que me têm acompanhado desde o início, tal como estou perplexa com o apoio de todos os novos leitores  que apareceram desde então.

Obrigada por estarem aí.

O meu único objetivo nesta carreira de escritora é entreter, mas nunca esperei que os leitores fizessem o mesmo por mim. Todos os vossos debates entre a «Team Manuscrito» e a «Team Carta» me proporcionaram horas de deleite, juntamente com as inteligentes publicações no TikTok inspiradas por Verity, o grupo de discussão sobre o livro e as incríveis composições gráficas que têm partilhado. Não consigo agradecer-vos o suficiente por se converterem a esta história louca e a este elenco de personagens, e por me proporcionarem em troca tanto deleite.

Diverti-me imenso a escrever o capítulo bónus para esta edição especial de Verity. Espero que gostem de o ler.

Obrigada pelo meu trabalho de sonho.

Com afeto,

Colleen Hoover

sábado, 7 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | TORNA-ME TUA, de MELANIE HARLOW | TOPSELLER

 

Quero comer panquecas ao jantar

Quero ficar presa na tua cabeça

Quero ver um programa de TV contigo e quando estivermos deprimidos podemos vê‑lo na cama

Por isso, por favor, guarda todas as perguntas para o fim e talvez nessa altura eu já seja corajosa o suficiente Bem, talvez eu nunca venha a dizer o que me vai na cabeça Não, não tenho de dizer nada.

Tu di-lo-ás por mim.

Lizzie McAlpine

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | ÁGUAS DE INVERNO, de SUSANNE JANSSON | TOPSELLER

 

PRÓLOGO

Eram os céus, tantos, tão vastos.

Os céus acima do mar, como os céus se alteravam.

Alguns céus eram pesados, branco-sujos. Outros, azuis e brilhantes, despreocupados, com finas raias de branco. Alguns eram como papel de seda, meticulosamente dobrado sobre uma cintilação dourada e cativante; outros, de um monótono cinzento de aço; outros, ainda, um abismo que relampejava de fúria.

Os céus e o modo como se erguiam, abobadados, acima das falésias macias, desgastadas durante milénios por glaciares, e assim observavam o mundo inteiro e tudo dominavam.

Como se geravam e dissolviam e regressavam sob uma nova forma, sem que alguma vez se pudesse antecipar qual.

Eram os céus.

E as águas.

E as falésias.

Era tudo.

E as pessoas. As pessoas, aqueles seres minúsculos que tinham construído as suas casas nas massas de terra rasgadas, sulcadas. Para apanharem arenque na devida época, há muito tempo, quando o arenque chegava em cardumes tão grandes como nunca se tinha visto. Nunca tinha visto cardumes assim. 

Dizia-se que se podia ir a pé de uma ilha à outra. Que havia mais arenque do que água.

As pessoas viviam naquelas ilhas e navegavam naquelas águas, sob todos aqueles céus. E, em certas ocasiões — não tão raras, de resto —, um corpo caía à água, sob um céu qualquer, caía onde não deveria cair e pronto — as coisas ficavam assim, nada se alterava. Bem, não para as pessoas, claro, mas para as águas e os céus nada mudava.

Talvez se ouvissem gritos, um nome levado pelo vento. Gritos em terra ou num barco à superfície do mar.

Às vezes, no inverno, quando o mar parecia tornar-se mais profundo e escuro, ouvia-se falar de outros gritos. De gritos que vinham do mar, gritos que procuravam terra. Gritos que ludibriavam e atraíam.

Mas talvez não passassem apenas de histórias que as pessoas contavam.

Talvez fosse apenas o vento.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A RAPARIGA POLACA, de MALKA ADLER | TOPSELLER

 

Prólogo

O mais difícil foi quando os russos entraram em Cracóvia.

Aconteceu no final da guerra, depois de o Dr. Helmutt Sopp ter saído da casa. Foi viver para onde trabalhava, no hospital de Cracóvia. A mamã disse que era o melhor para o professor, e que os bons velhos tempos dos nazis tinham chegado ao fim, tal como um filme de terror. A mamã dizia que Helmutt Sopp era professor, mas, a julgar pelo seu diploma, era apenas um médico. Psiquiatra e oficial nazi no exército de Hitler, mas não era professor. Constatei-o nas cartas que enviou à mamã depois da guerra, quando vivíamos em Haifa. Nos envelopes, vinha escrito:

dr. helmutt sopp

De resto, ouvia as pessoas a tratá-lo por Herr Doktor quando ainda vivíamos com ele. Para nós, ele era o grande salvador. Era o responsável pela mamã em Cracóvia. Para mim, era alto, bonito e um bom homem.

A mamã foi governanta da família Sopp durante dois anos. Contrataram-na graças a documentos especiais obtidos por Lydia, sua irmã mais velha. A mamã manteve o nome Anna e mudou apenas o apelido para Kwiatkowski, um nome polaco que podia salvar judeus da morte. Graças aos documentos de Lydia e ao facto de a mamã trabalhar para a família Sopp, conseguimos ficar num pequeno quarto onde podíamos viver sem medo do destino cruel que nos espreitava todos os dias, a todas as horas, ano após ano.

Quando soubemos que os russos estavam a aproximar-se de Cracóvia, novas instruções começaram a chegar à casa da família Sopp na cidade. Toni, a mulher de Helmutt, e os seus filhos, Peter e Ammon,  partiram para a Alemanha tal como lhes foi dito que fizessem. Nós permanecemos na casa com Helmutt Sopp durante mais uma ou duas semanas, mas logo a seguir, por causa da nova situação, como disse a mamã, Helmutt também saiu de casa e foi viver para o hospital.

Ficámos sozinhos na mansão luxuosa, sem as festas habituais e sem a proteção de Helmutt e Toni Sopp, até que foi anunciado pela rádio que a guerra tinha acabado.

Um dia — estávamos em fevereiro —, chegaram os senhorios polacos. Foi depois da libertação, quando os russos já tinham ocupado as ruas de Cracóvia, caídos de bêbedos ou a dançar a kazachok1 como loucos. Os senhorios disseram à mamã que aquela casa lhes pertencia e que havia papéis que o  comprovavam. Permitiram-nos ficar até ela tratar de todos os preparativos. A mamã agradeceu e avisou-nos com o olhar para irmos para o quarto e que fizéssemos silêncio. Os novos senhorios, um homem, a sua mulher e uma filha mais velha do que eu, ocuparam imediatamente uma ala. Eu, a mamã e o meu irmão, que era um ano e pouco mais novo do que eu, desaparecemos no quarto dos criados que ficava ao lado da cozinha.

Eu tinha 8 anos e dava pela maçaneta da porta, alta e esguia. 

O Yashu tinha uns 7 anos, e a mamã, 40, bonita como sempre.

Um dia, ouvi a rapariga polaca perguntar ao pai:

— Como se escreve «alemão», com letra maiúscula ou minúscula?

— Escrevemos todos os povos com letra maiúscula, minha filha — disse ele —, menos os judeus. «Judeu» é com letra minúscula.

— Obrigada, pai — agradeceu a rapariga educadamente, e continuou a escrever no seu caderno.

Lembro-me de perceber naquele momento que todos os povos, sem exceção, eram meus inimigos, mesmo que a guerra tivesse acabado, como apregoavam por toda a parte. Bem, Danusha, voltaste a não valer nada, disse a mim mesma.

Percebi também que havia um mundo de muitas nações e que eu estava do outro lado, onde tinha de me esconder. E, acima de tudo, percebi que eu e a minha mãe nos escrevíamos com letra minúscula, que não contávamos para nada.

Senti-me mal por isso. Desta vez, senti-me absolutamente indigna, e isso entupia-me o nariz e ardia-me na garganta. Nem sequer o espelho que adorava me fazia sentir melhor. Eu era uma criança muito calada e educada, com olhos azuis e cabelo acobreado; tão bonita, ouvia amiúde. Mas sentia-me mal ao lado da rapariga polaca, e não ajudava que, com 6 anos, já conseguisse ler em duas línguas, e não ajudava que Frau von Dorf, a professora de piano em Bad Pyrmont, dissesse que eu era muito musical. 

Se bem me lembro, tudo começou na nossa pequena família. Só o papá ficou contente quando nasci, mas ele desapareceu quando fiz 5 anos, e se a mamã dizia que as raparigas não tinham importância, era isso que contava.

Uma boa mãe sonha com um filho primogénito, não com uma filha. Acreditava que teria um filho  primogénito parecido com um oficial polaco de posição, digno da sua família de antes da guerra. Disse às irmãs que o primogénito seria muito alto e bonito, não um Hassid, um académico, como o avô. A mamã queria um filho que montasse um cavalo nobre, como aquele que tinha visto no seu sonho, aquele sobre o qual sussurrava com as quatro irmãs na sala de estar. Aharon, o irmão mais novo, desapareceu na guerra. Mas qual era o sexo mais forte naqueles tempos, qual? Os homens esconderam-se ou desapareceram no fumo ou no vento, e as mulheres sobreviveram. Quem derrotou a mamã? Ninguém. Nem a ela, nem às suas quatro irmãs, fortes como o Rochedo de Gibraltar.

Eu era a primogénita de um pai que era um comerciante da Galícia Oriental, não um advogado de Lódz como o marido da minha tia Franca, e neta da avó Rosa, que estava muito mais satisfeita com o  advogado de Lódz. A avó Rosa não gostava muito de mim. Senti-o quando a visitei em Cracóvia e  brinquei com os meus primos. Senti que eles, os filhos do advogado de Lódz, eram os mais bem-sucedidos.

Quando o senhorio polaco disse à filha que só żyd2 se escrevia com letra minúscula, e que todos os outros povos tinham direito a uma letra maiúscula, percebi imediatamente que, para mim, a guerra não tinha acabado com a entrada dos russos em Cracóvia.

E foi isso que aconteceu.

Nem tudo foi mau durante a guerra.

Talvez fosse por ser pequena, com apenas 2 anos, quando tudo começou.

Quando tinha 3, 4 e 5 anos, e mais tarde também, houve momentos bons. A mamã costumava cantar árias e trechos de ópera logo de manhã, e eu implorava sempre por mais. Não queria que aquelas melodias tivessem fim. Viajámos entre cidades, conhecemos boas pessoas e não nos esqueçamos do jardim tirolês desenhado nos sofás no meio da sala de estar daquele monstro, Josef Wirth.

Houve o bonito Helmutt Sopp, a divertida Toni, vestidos limpos para usar e fitas no cabelo a condizer. Na casa grande da família Sopp havia boa comida, o cheiro das especiarias na cozinha, e «Frau Anna, es schmeckt gut — delicioso». Houve os rapazes simpáticos, Peter e Ammon, uma vitrola na sala de estar e uma pilha de discos; houve pãezinhos frescos, bolos maravilhosos e gelados, como nos filmes. Houve o jornal Die Zeitung. Aprendi a ler sozinha, e houve livros lindos e convidados importantes em mesas elegantes. Houve bebidas, iguarias e muitas gargalhadas. Houve também um licor invulgar, uma especialidade da mamã, e cantorias maravilhosas dos homens, Oh, Wisła, Wisła. A mamã corava.

— Sabia que o apelido Kwiatkowski significa flores em alemão? — diziam-lhe, e ela ficava orgulhosa do seu apelido novo.

No pequeno quarto, contíguo à cozinha, havia uma janela com vista para o pátio, onde estava uma árvore lilás com ramos carregados de flores cujo aroma me prendia à janela horas a fio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | A LISTA DE LEITURA, de SARA NICHA ADAMS | TOPSELLER

Prólogo

A Lista de Leitura

2017

As portas são novas: abrem-se automaticamente. São elegantes. Aí está uma coisa que mudou desde a última vez que Aidan ali esteve. A primeira coisa em que ele repara são as filas esparsas de livros — quando era mais novo, mais pequeno, as prateleiras pareciam não ter fim, cheias de livros de todas as formas e tamanhos. Mesmo quando ali trabalhou, numas férias de verão durante a sua adolescência, aquele espaço era um santuário para ele e, embora nunca o tivesse admitido aos amigos, adorava perder-se entre as pilhas e pilhas de dicionários, enciclopédias e outras obras de referência. Talvez esteja apenas a olhar para o passado através de lentes cor-de-rosa, imaginando algum tipo de país dos livros, maravilhoso e mágico, que nunca existiu realmente. Agora, porém, com 22 anos, já não é um rapaz, mas sim um homem, e ali está ele novamente à procura de um lugar para se esconder — do mundo, dos amigos, da família.

O bibliotecário levanta os olhos por breves instantes quando ele entra pelas portas e sorri. Aidan é  saudado pelo silêncio. Nas suas memórias, aquele lugar nunca era silencioso. Obviamente, isto é uma biblioteca… por isso, sempre foi um local tranquilo, mas também havia aquele ruído surdo — de pessoas a remexerem-se, de crianças a sussurrarem às mães, de pessoas a virarem páginas, a moverem cadeiras, a abanarem-se, a tossicarem e a fungarem. Hoje, mal se ouve um som. Alguém a escrever uma mensagem de texto no telemóvel. O bibliotecário a bater nas teclas daquele teclado velho e desajeitado. Mais nada. Há pouco tempo, vira alguns cartazes onde se lia que era preciso salvar as bibliotecas de  Brent afixados em quadros comunitários: no supermercado Tesco, no ginásio, até mesmo colados perto  da estação de metro, a anunciar vendas de bolos para angariar verbas, clubes de tricô na biblioteca,  protestos passivos, petições. Mas nunca lhe passou pela cabeça que a Biblioteca de Harrow Road  precisasse de ser salva. Na sua mente, é popular, acarinhada, mas agora que ali está, o seu coração começa a cair-lhe aos pés… talvez a Biblioteca de Harrow Road seja a próxima a desaparecer.

Vagueia até às prateleiras da ficção, à secção dos policiais e thrillers e passa os dedos pelas lombadas,  aterrando em Black Water Rising, de Attica Locke. Já leu aquele livro há alguns anos. Talvez até mais de uma vez. Quando começa a virar as páginas, à procura de um escape, é invadido pelas memórias… da Houston de Attica Locke, a cidade viva, vibrante, escura, cheia de contradições e contrastes. Hoje, ele precisa desse tipo de familiaridade, precisa de regressar a um mundo onde há sustos, voltas e  reviravoltas, mas um mundo onde ele sabe como tudo vai acabar.

Ele precisa de saber de que forma alguma coisa vai acabar.

A mesa em que se aninhava quando era pequeno já não existe, o espaço foi todo reorganizado. Nada se vai manter igual só para lhe agradar, não aqui, não na sua vida. Este é outro verão mau. Porém, à medida que as palavras da história o invadem, ele traça as frases com os dedos, tentando recriar aquela sensação de ter os pés assentes na terra, de estar enraizado num sítio, de ser apenas um corpo, a ler palavras, permitindo que a sua mente vagueie por outras paragens. Consegue sentir a história a assumir o controlo da sua mente, a puxá-lo para longe. Os seus próprios pensamentos, as suas preocupações, aquela voz, começam a zumbir no fundo da sua mente e acabam por se tornar apenas ruído branco.

Quando era mais novo, a mãe levava-o ali com a irmã mais nova, Aleisha, que estava sempre mais interessada em brincar e dava pontapés e fazia barulho, pelo que Leilah tinha de a levar para a rua. Aidan nunca dispunha de mais do que alguns minutos sozinho, mas esses poucos minutos acalmavam-no, abrandavam o ritmo frenético dos seus pensamentos, ajudavam-no a respirar, a escapar… àquilo de que mais precisasse naquele momento.

Um sonoro Bam! alerta-o para a presença de alguém ao seu lado. Evita o olhar dessa pessoa, mantendo os olhos cravados na página, já que não quer, por enquanto, permitir que alguém quebre o seu feitiço. Pelo canto do olho, vê um grande monte de livros empilhados. Uma barricada.

Ouve o barulho de uma cadeira a raspar no chão e pedaços de papel a serem retirados de dentro de uma mala, recibos amachucados, um talão da biblioteca, o verso de umas palavras cruzadas, deixando uma nuvem branca e amarrotada em cima da mesa ao seu lado.

Ele esforça-se por acalmar a respiração enquanto a pessoa ao seu lado começa a murmurar de forma quase inaudível. Não consegue perceber se se trata de uma canção, uma melodia ou um completo disparate. Vê uma caneta posicionada em cima do primeiro pedaço de papel; depois, segue os rabiscos rítmicos de uma esferográfica.

Aidan não tira os olhos da página, passando por cima das palavras do livro, acolhendo-as, tentando invocar a sensação que tivera da última vez que lera aquelas palavras por aquela ordem.

Durante alguns minutos, Aidan permite que a sua concentração entre e saia das páginas do livro, da biblioteca, e que depois avance para a estrada, viajando até Wembley. Pergunta-se como estará a sua mãe naquele momento. Teria Aleisha reparado que ele desapareceu? Puxa a sua mente de volta à sala, de volta à biblioteca, à pessoa sentada ao seu lado, rabiscando como se a sua vida dependesse disso. 

Então, de repente, a pessoa ao seu lado levanta-se abruptamente, deixando um monte de pequenos pedaços de papel dobrados a poluírem a mesa. Ele observa, pelo canto do olho, os pedaços de papel a serem organizados numa fila, como se em câmara lenta, e um dedo a batucar em cada um deles à vez… a contar um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito… Depois, os pedaços de papel são todos enfiados dentro do primeiro livro da pilha — ele vê agora que é Mataram a Cotovia.

As mãos da pessoa ao seu lado ficam pousadas na capa do livro por breves instantes. Aidan percebe que não vira a sua página há já algum tempo. Pergunta-se se a pessoa percebe que ele está a observá-la. Pergunta-se porque é que o faz, na verdade. Então, logo de seguida, os braços da pessoa, embrulhados numa camisola preta de malha grossa, estendem-se para a frente e puxam os livros para si. Com um gemido baixinho, a pilha de livros desaparece da sua visão periférica e ele ouve sapatos a raspar na carpete gasta da biblioteca, a moverem-se em direção à receção. Finalmente, a sua mente pode regressar à história.

Quando, por fim, se levanta da cadeira, a luz do final do dia já entra pela janela e a biblioteca está tal e qual como ele se lembrava: mágica. Parece um milagre, mas ele nunca acreditou nessas coisas. O sol projeta sombras alongadas na biblioteca desalinhada, banhando tudo num âmbar quente — parece que foi esculpido em ouro. Arruma a cadeira, levantando-a para não fazer barulho — embora já quase não se encontre ninguém que ele possa perturbar.

Então, vê um pedaço de papel solitário dobrado na mesa ao seu lado — as palavras cruzadas.

Vira a cabeça para a esquerda, para a direita e, lentamente, espreita por cima do ombro. Ninguém o está a observar. O seu braço estica-se, puxando o papel para si e, depois, desenrola-o — uma dobra de cada vez. Os seus dedos tratam o papel, pouco mais grosso do que uma mortalha, com delicadeza. Não o  quer rasgar. Pensa na pessoa que ali esteve, que se manteve no anonimato, a escrever, a rabiscar, concentrada.

Quando desdobrou a última prega, o mistério foi subitamente revelado. A letra é elegante, ondulada, quente e convidativa.

Só para o caso de precisares: Mataram a Cotovia; Rebecca; O Menino de Cabul; A Vida de Pi; Orgulho e Preconceito; Mulherzinhas; Beloved; Um Bom Partido.

Mataram a Cotovia — o primeiro livro do monte enorme. O seu olhar percorre a lista toda. Não significa nada para ele — apenas palavras rabiscadas em pedaços de papel. Contudo, por breves instantes, ele pensa em levar a lista com ele, enfiando-a no bolso. Mas detém-se. Aquele pequeno pedaço de papel, tão bem dobrado, nada mais é do que a lista de leitura de um estranho. Para que é que ele precisa de uma coisa dessas?

Em vez de a guardar para si, volta a pô-la em cima da mesa e decide arrumar o seu livro, agradecendo secretamente a Attica Locke, e volta a colocá-lo na prateleira dos policiais e thrillers, para que outra pessoa o aprecie. Sai da biblioteca, as portas fecham-se automaticamente atrás dele. Volta-se uma vez mais e consegue ver o bilhete pousado exatamente onde o deixou. As sombras da biblioteca fecham-se atrás de si; os livros lidos e não lidos formam uma barreira entre ele e a lista. À medida que se afasta da biblioteca, sente a paz e o silêncio a afastarem-se dele, enquanto se dirige para as luzes e para os sons da cidade a que chama casa.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | FUNDAÇÃO E TERRA + (OFERTA) À BOLEIA PELA GALÁXIA, de ISAAC ASIMOV | SAÍDA DE EMERGÊNCIA

 

*oferta de lançamento limitado ao stock existente

O melhor livro daquele que é considerado o melhor autor de ficção científica de sempre

Golan Trevize escolheu o futuro — Gaia, um superorganismo com uma consciência comum. Um mundo onde a privacidade não é apenas indesejável como incompreensível. Mas será a escolha certa para o destino da Humanidade? Apesar de Trevize sentir que sim, isso não é suficiente. Ele tem de saber.

Trevize acredita que a resposta se encontra no local onde a Humanidade tem as suas raízes: a lendária Terra… se esta ainda existir. Porque ninguém tem a certeza da sua exata localização. Tal como ninguém consegue explicar porque não foi preservado qualquer registo do planeta «perdido». É um enigma que Trevize está determinado a resolver, uma jornada que vai empreender a qualquer custo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

DIVULGAÇÃO | OS OLHOS DE ALLAN POE, de LOUIS BAYARD | SAÍDA DE EMERGÊNCIA

 

Uma engenhosa história de assassínio e vingança, protagonizada pelo jovem Edgar Allan Poe

1830. Na Academia de West Point, a tranquilidade é perturbada pela descoberta do corpo de um jovem cadete enforcado junto ao recinto da formatura. Na manhã seguinte, constata-se que alguém assaltou o quarto onde o cadáver repousava e levou o coração. Desesperada para evitar publicidade negativa, a academia contrata os serviços de Augustus Landor, ex-detetive de renome.


Nos interrogatórios iniciais, Landor fica impressionado com os astutos poderes de observação de Edgar Allan Poe, um caprichoso e curioso jovem cadete com propensão para a bebida e um passado sombrio. Trabalhando em estrita colaboração, os dois homens desenvolvem um relacionamento profundo à medida que a investigação os conduz a um mundo oculto de sociedades secretas, rituais de sacrifício e mais cadáveres. Porém, os macabros homicídios e o passado secreto de Landor ameaçam afastar os dois e terminar com a sua recente amizade.