segunda-feira, 3 de outubro de 2022

DIVULGAÇÃO | AS CAVES DO VATICANO, de ANDRÉ GIDE | GUERRA E PAZ

 


E se o Papa fosse secretamente sequestrado? Nas páginas d’As Caves do Vaticano, André Gide, um dos principais escritores do século XX, leva-nos a acompanhar o plano ardiloso de um grupo de vigaristas: espalhar o rumor de que o verdadeiro pontífice estará preso em câmaras subterrâneas, para assim extorquir dinheiro a troco da promessa de libertação. 

Marcada pela crítica social e por uma estrutura narrativa original, a obra, que o autor classificou como uma sotia, uma farsa satírica, cruza intrigas e personagens, levantando questões perturbadoras sobre as escolhas sociais e morais – de que se destacam o acto gratuito perpetrado por Lafcadio, que empurra um homem de um comboio em movimento. 

Uma notável incursão pelo existencialismo e pelos sentimentos humanos, As Caves do Vaticano tornou-se num alvo a abater pela Igreja Católica, mas também num alvo de adoração para os amantes de literatura. «As Caves do Vaticano é o melhor livro de Gide e o melhor romance satírico que li em vinte anos, isto é, desde que comecei a ler [autores vivos]», destacou o poeta e crítico francês André Suarès, contemporâneo de Gide. Marcel Proust considerou mesmo que o romance representa o que é «verdadeiramente uma Criação, no sentido genesíaco de Miguel Ângelo; o Criador está ausente, é ele quem tudo faz, e não é uma das criaturas. Vejo-o a determinar as idas e vindas de Fleurissoire como o Deus colérico da Capela Sistina a fixar a Lua no Céu».


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