No Wisconsin – onde está como escritora‑convidada pela Universidade –, a narradora deste livro recebe da senhora que lhe alugou o quarto o pedido para que conte a história do marido, que se encontra muito doente no hospital.
Embora fique relutante, a escritora acaba por ficar a saber o que aconteceu a Daniel – uma criança que, nos anos cinquenta, foi dada para adoção por uma telefonista solteira, ficando então à guarda de uma instituição.
À medida que os dias passam, o médico e a assistente social apercebem-se, porém, de que o bebé é mestiço, o que representa um escândalo num lugar onde a população é maioritariamente branca e num tempo sujeito ainda a rigorosas leis de segregação racial. Caberá à assistente social investigar a paternidade de Dan, coisa que a mãe biológica se recusa a revelar. Mas, se o objetivo parece ser nobre, nem tudo parece corroborá-lo.
Anna Kim – de ascendência coreana a viver na Áustria – foi especialmente sensível à história e escreve agora um romance em torno da noção de raça, tema que ainda hoje marca as sociedades e se impõe no espaço privado, dividindo famílias ou impedindo a progressão de carreiras.
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