Dia 26 de dezembro.
As sobras do bacalhau
ainda ocupam meia cozinha, os brinquedos estão espalhados pela casa como se
tivesse passado um furacão infantil… e há uma pergunta que ecoa pelo mundo
inteiro:
“E agora… onde está o Pai
Natal?”
Depois de dois dias de
autêntico caos logístico — milhões de presentes, renas stressadas, chaminés
estreitas e GPS’s avariados na Lapónia — o Pai Natal está finalmente OFFLINE.
Completamente.
Indisponível.
Inalcançável.
Nem o WhatsApp mostra “última vez online”.
Neste momento, o Pai
Natal está provavelmente:
• enfiado no sofá da
Lapónia com uma manta,
• a beber um chocolate
quente extra-forte,
• a ver séries em modo
maratona,
• e a repetir para si
próprio:
“Nunca mais como um
bolo-rei deixado no parapeito. Nunca.”
As renas, coitadas, estão
num spa especializado em animais exaustos, a fazer hidroterapia e massagens nas
patas — principalmente Rudolph, que tem tendência para se queixar mais.
A Mãe Natal, essa sim, é
a verdadeira heroína. Passou dois dias em gestão de crise, a atualizar listas,
a coordenar elfos em burnout e agora olha para o marido e diz apenas:
— “Amanhã começas a dieta.”
Os elfos, libertos
finalmente, estão em modo festa total: karaoke, jogos, biscoitos… e zero
trabalho até fevereiro. É praticamente o verão das férias deles.
E nós?
Nós recuperamos
lentamente, digerimos o peru, arrumamos brinquedos, e olhamos para o calendário
a pensar:
“Como é possível ainda
faltar uma semana para o Ano Novo?”
Mas lá longe, na Lapónia,
entre neve, mantas e ressonares épicos, o Pai Natal repousa.
Porque sabe que para o ano vai tudo recomeçar.
E porque, sinceramente… se
o homem não descansasse hoje, ninguém aguentava o Natal de 2026.
MBarreto Condado

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