domingo, 7 de janeiro de 2018

CRÓNICA | De olho no Clima - Quando apenas mais 1°C é o melhor cenário possível | PAULO DA COSTA GONÇALVES


   Desde o início da Revolução Industrial que a economia mundial passa por uma aceleração que tem como principal motor da indústria as fontes emissoras de gases do efeito estufa, o que fez com que a temperatura média do nosso planeta tenha aumentado. Ou seja, segundo análises da NASA, a média da temperatura da superfície da Terra subiu 1,1°C desde o final do século XIX, uma mudança provocada pelo aumento das emissões de dióxido de carbono na atmosfera. É a primeira vez que se regista um aumento dessa magnitude e parece claro que a acção humana está a levar o clima para um território desconhecido. 

  Os especialistas estão convencidos que com este aumento a Humanidade acaba de chegar ao meio de um caminho considerado sem volta rumo a mudanças climáticas de grande impacto perspectivando que, se o aumento da temperatura global chegar à marca de 2°C, o homem perderá o controlo sobre o meio ambiente. Hoje, a temperatura média do planeta é de cerca de 14°C e apesar de parecer uma temperatura algo insignificante torna-se significativa porque considera a temperatura medida em todo o planeta, a dos pólos incluída. 

   A média global de temperaturas superficiais sobre a terra e os oceanos registadas nos últimos anos foi 0,99°C mais quente do que a média do século XX o que pode levar os termómetros a aumentar até mais 4°C antes do início do próximo século.

  No entanto é importante referir que, e apesar de não haver consenso, para os climatologistas as temperaturas sobem não só por efeito dos gases estufa, mas também do evento natural El Niño (os registos deste evento existem desde 1877-1878 e ocorrem irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média de 3 a 4 anos e tratam-se de alterações significativas de curta duração, entre 15 a 18 meses, na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico) e é quase certo que a nova edição do El Niño estará entre as mais intensas desde meados do século XX.

  Mas, apesar de a temperatura média na superfície terrestre e oceânica estar a bater recordes consecutivamente nos últimos anos e serem as mais altas registadas desde 1880, segundo Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa: "Não esperamos anos recordes todos os anos, mas a tendência de aquecimento a longo prazo é clara". 

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