O diário, enquanto género literário, é uma revelação dos silêncios, segredos e mistérios do escritor perante o tempo e o mundo. Exige-lhe disciplina, persistência e sobretudo coragem, e mais ainda consciência do risco na sua publicação.
Nele se revelam não o quotidiano íntimo de quem o escreve, mas os seus modos de ver e opinar sobre si mesmo e sobre os outros; o pensamento social, cultural e político que a realidade lhe oferece. Ninguém deve ser neutro nem silencioso perante o coletivo; muito menos o escritor o será.
Nestas Novas Fases da Lua, todos os caminhos temáticos são transitáveis. João de Melo entra e sai de tudo o que se lhe oferece registar: as tragédias e lástimas do mundo (guerras, prepotências, injustiças de toda a ordem), e também os seus contrários: a fraternidade humana como ideologia, ética, criação, arte e literatura. Esses os temas, motivos, entradas e saídas do presente diário, cuja amplitude temporal cobre o período de 2017 a 2024.
O elemento aglutinador deste acervo de escrita reside, obviamente, na já conhecida linguagem do autor. O leitor é aqui confrontado com a sua expressão sentimental, ideológica, literária e pessoal. Recorrendo a um velho princípio da sabedoria, também nada do que é humano lhe é estranho.
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