Em pleno século XVII, dois jovens de Lisboa, Rodrigo e Verónica, dão corpo a uma admirável saga amorosa, num tempo marcado pela tirania da Inquisição e pela perda da independência do país para Espanha. Num contexto adverso, Rodrigo Góis, o protagonista, junta-se a outros vultos da nossa nacionalidade para lutar contra as sombras tenebrosas que mergulham Portugal numa «austera, apagada, e vil tristeza», conforme o lamento de Camões, em Os Lusíadas.
Enquanto patriota, jesuíta e advogado, Rodrigo priva com os notáveis militares que levaram Portugal a esmagar Espanha na Guerra da Restauração; assimila a cultura humanística de figuras incontornáveis do pensamento moderno, como São Tomás Moro e Erasmo de Roterdão; e absorve a nova doutrina de teólogos como o padre António Vieira.
Oriundos de uma Lisboa ainda com resquícios medievais, Rodrigo e Verónica foram maiores do que a pátria amordaçada do seu tempo, porque, nos seus desejos de paixão e liberdade, se deixaram trespassar pela poesia de Luís de Camões, então um poeta avidamente lido por toda uma sociedade letrada, transformando o seu amor clandestino num amor triunfante.
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