quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

PRÉMIO LITERÁRIO CORRENTES D ´ESCRITAS | "Afastar-se", de Luísa Costa Gomes foi a obra vencedora do festival literário Correntes D´ escritas | Dom Quixote

 

Afastar-se, de Luísa Costa Gomes, acaba de ser declarado vencedor do Prémio Literário Correntes d’Escritas, que pela primeira vez, na área da ficção, distingue um livro de contos e pelo terceiro ano consecutivo premeia um livro publicado pela Dom Quixote – Sua Excelência de Corpo Presente, de Pepetela (2020) e Estranhezas, de Maria Teresa Horta (2021)


Editado em Maio de 2021, Afastar-se reúne treze contos com um tema comum a todos eles: a água. A própria Luísa Costa Gomes, reconhecidamente uma grande especialista neste género narrativo, explicou a sua opção por este tema: “Fui coleccionando ao longo de mais de cinco anos contos que de uma maneira ou de outra metem água. Ela está sempre presente, doce, clorada, salgada, mais larga ou mais discreta, no oceano aberto onde se experimenta o abandono e a sobrevivência, no duche redentor que muda em narrativa irónica uma experiência de quase morte, na saliva que prepara a cinza, na piscina adorada que e meio de transmutação alquímica. Será esta colecção, talvez, em arco abrangente, uma reconciliação pela água: um livro termal, se quiserdes.”

Foi, pois, este volume de treze contos que seduziu o júri do Prémio Literário Correntes d’Escritas, constituído por Ana Pereirinha, Carlos Quiroga, Carlos Vaz Marques, Isabel Lucas e Isabel Pires de Lima, que justificou a sua escolha sublinhando a “coerência na diversidade deste livro de contos, género em que a autora se tem destacado ao longo de 40 anos de vida literária, bem como a constante procura da forma adequada que Luísa Costa Gomes persegue em cada conto”.

Antes de conquistar os jurados deste prémio, o livro de Luísa Costa Gomes já havia alcançado o elogio da crítica. José Mário Silva, no Expresso, escreveu: “O que une verdadeiramente os 13 contos é a rara e jubilosa exaltação de descobrir a forma certa de contar uma história.” Isabel Lucas, no Público, sentenciou: ”Com Luísa Costa Gomes andamos por aí, exploradores dessa curiosidade profunda, inicial, aguda, onde cada palavra obedece a um tempo, o da escolha, e torna cada um dos seus leitores ilusoriamente escreventes de cada uma das histórias que ela lhes narrou, sem cedência ao facilitismo e, por isso, perenes em qualquer parte do cérebro ou da pele, como a marca invisível de uma simples gota de água.” Sílvia Souto Cunha, na Visão, decretou: “Afastar-se evidencia, mais uma vez, a musculatura treinada, a capacidade de fôlego, a braçada vocabular, a profundidade de imersão literária de Luísa Costa Gomes, uma das nossas melhores autoras contemporâneas de narrativa curta.”


Redacção com Dom Quixote - Grupo LeYa

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