quinta-feira, 11 de outubro de 2018

LITERATURA | Portuguesas com M grande de Lúcia Vicente e Cátia Vidinhas | Nuvem de Tinta


O que têm em comum a padeira Brites de Almeida, a sufragista Beatriz Ângelo, a atriz Beatriz Costa e a pintora Paula Rego? Além de serem todas mulheres, lutadoras, corajosas, independentes e livres… são Portuguesas com M Grande! 

Todos temos o sonho de mudar o mundo e mudar com ele, de criar futuros e esperança, de ser livres para escolher, transformar, crescer e aprender, de errar e construir um caminho, de viver uma vida em pleno. E hoje todos podemos fazê-lo. Mas para aqui chegar foi necessária a coragem de mulheres sem medo para ir mais longe, como as Portuguesas com M Grande.

Um livro para nunca esquecermos como aqui chegámos e nos lembrarmos de que poderemos ir ainda mais longe.


Lúcia Vicente nasceu em outubro de 1979, à beira da Ria Formosa, em Faro, numa família cheia de mulheres. Foi a primeira desse núcleo a concluir uma licenciatura. Cedo se questionou sobre o papel da mulher na sociedade e por que razão os livros de História nunca mencionavam mulheres. Em 1995, criou, juntamente com um grupo de amigas e amigos, o coletivo feminista MUPI (Mulheres Unidas Pela Igualdade), e dedicou-se ao ativismo feminista enquanto adolescente. Em 1997, foge rumo a Lisboa em busca de uma carreira de atriz e de respostas para as suas perguntas históricas sobre as mulheres. Ingressa, nesse mesmo ano, na Universidade Nova de Lisboa onde se licenciou em História – ramo de investigação com um minor em História Cultural e das Mentalidades. Durante a licenciatura elaborou trabalhos de investigação sobre História das Mulheres, onde acabou por descobrir que, afinal, as caras femininas que fizeram a História são imensas. Ao longo da licenciatura, frequentou diversos cursos e palestras dedicados aos Estudos de Género. Em 2007, ingressa no mestrado de Estudos de Género da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Nunca o terminou. Em sua defesa, alega diferenças ideológicas e de pensamentos históricos, muito divergentes e inultrapassáveis, com a orientadora de curso. Teimava em olhar a História das Mulheres através dos olhos das mulheres, enquanto a norma era olhar-se única e exclusivamente pela lente dos Homens. Um dia, não mais voltou. A ideia de escrever este livro nasceu em 2015, quase ao mesmo tempo que a sua filha, e nunca mais a abandonou. Os livros de princesas sempre lhe causaram uma certa urticária.

Cátia Vidinhas nasceu em 1989, num lugar onde as montanhas são tão altas que facilmente se consegue chegar ao céu. E, provavelmente por isso, sempre quis ter um pedaço dele só para si. Após vários anos a desenhar nas nuvens e a colorir livros de pintar oferecidos pela avó, decide licenciar-se em design gráfico, no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, e depois tirar uma pós-graduação em Design da Imagem na Faculdade de Belas Artes do Porto, e mestrado em Multimedia na Faculdade de Engenharia do Porto. Durante o seu percurso profissional, tem vindo a trabalhar como ilustradora, designer, professora e animadora em filmes de animação. Colabora regularmente com gabinetes de design e agências de publicidade e com o estúdio de animação Bando à Parte, onde trabalhou em vários projetos de animação tais como a premiada curta de animação Água Mole, de Laura Gonçalves e Alexandra Ramires. Enquanto ilustradora, colaborou com autores como Valter Hugo Mãe, Álvaro Magalhães, José Jorge Letria e Adélia Carvalho. É autora das ilustrações de oito livros i n f a n t o - j u v e n i s, entre os quais Figura de Urso (2015), Palavras Bonitas Sobre Contas (2017) ou Infâncias (2017). Os seus livros estão publicados em diversos países, como Espanha, Brasil ou Colômbia. Em 2015, viu o seu trabalho destacado pelo Prémio Nacional de Ilustração com o livro WonderPorto. Em 2017, foi a vez do livro Infâncias, distinguido pelo Golden Pinwheel Young Illustrators Competition e eleito, pela brasileira Fundação Nacional do Livro infantil e Juvenil, o melhor livro na categoria «Literatura em Língua Portuguesa».

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