sábado, 4 de janeiro de 2020

DIA ZERO DE UM NOVO ANO, de MBarreto Condado















Ao bater da meia-noite reunimos a coragem que nos faltou tantas vezes no ano que acaba e prometemos fazer o que não fizemos. Deixando para trás decisões e indecisões, alegrias e angústias, ganhos e perdas, certezas e incertezas. E pedimos… algo diferente… o que nunca tivemos.
Preparamo-nos para passar a meia-noite sozinhos, acompanhados, dentro de casa, no meio de estranhos, na praia. Aguardando ansiosamente pelas doze badaladas.
Sentimos a mesma ansiedade da Gata Borralheira (Cinderela para os mais íntimos) sem a possibilidade de o nosso carro se transformar numa abóbora, os cavalos em ratos e o nosso Príncipe não passar de isso mesmo … de encantado…a menos que o jantar tenha sido bem regado e aí sim, quase que conseguimos sentir a sua mão na nossa, o seu brilhante sorriso, o seu cabelo bem penteado, o seu…o seu…o seu…
Para os mais tradicionalistas a meia-noite tem regras. Doze passas na mão, uma taça de champanhe, cuecas azuis novas, saltar para cima de uma cadeira ou para a frente com o pé direito ou ainda simplesmente saltar onde estamos tentando manter o equilíbrio. É obrigatório pedir doze desejos a cada passa (parecemos ratos a acumular comida para o Inverno), que engolimos com a ajuda de uma taça de champanhe bruto ou doce (como as passas são comidas à bruta recomendo a mesma opção para a bebida).
Podemos passar a meia-noite a dormir. Passar tão distraídos que celebramos o novo ano no horário de Honolulu. Passar a conversar sem nos apercebermos das badaladas nos programas sempre bem escolhidos nos canais nacionais. Ou nem nos apercebermos de o tempo passar porque estivemos grande parte da noite bem acompanhados pelos nossos amigos Logan e Jameson a discutir os feitos da Guinness.
A verdade é que esperamos sempre que o novo ano seja o início de uma nova etapa da nossa vida e que seja melhor.
Por acreditar que nunca devemos desistir dos nossos sonhos, que devemos deixar para trás tudo o que é tóxico e manter sempre um espírito aberto que nos ajude a contornar as contrariedades que a vida eventualmente nos atira.
Desejo a todos um 2020 na nossa companhia, com saúde, dinheiro e amor. E, se possível, com mais seguidores nas nossas páginas de autores, mais leitores, mais…mais…mais…porque sei por fonte segura que este Ano que se inicia estará repleto de boa literatura na nossa companhia.
Slainté! 

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